terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

Notas carnavalescas

Notas carnavalescas

Pérola I
Uma moça, demonstrando ingenuidade e encantada com o bloco Céu na Terra – manhã de sábado de Carnaval, no Largo das Neves – pergunta a uma amiga: “Só vim aqui uma vez. Esse bairro é muito legal. Tem um festival de artes plásticas muito interessante, o Santa Teresa de Pernas Abertas”.
Um morador que estava ao lado não se conteve e, não conseguindo esconder o sorriso, corrigiu: “Não, querida: é “Santa Teresa de PORTAS Abertas”.

Pérola I
Três amigas conversavam na porta do Cine Santa, após o desfile do Carmelitas na terça-feira, quando uma delas lamentou: “Tô no maior zero a zero, não consegui ficar com ninguém”. A segunda, concordando com a amiga, acrescentou: “Tá ruim mesmo” e, olhando para a terceira, fez o seguinte comentário: “Ao que parece só você se deu bem, pois conseguiu ficar com aquele gringuinho ontem”. A terceira, por sua vez, declarou com ar de decepção: “Me dei bem, nada! Me dei foi mal. O argentino era bonitinho, legalzinho, mas não compareceu. Perdi por WO.

Café requentado
O rapaz reencontra a “ex” no Escravos da Mauá, junto com um grupo de amigas e, todo feliz e sedutor, parte para a ofensiva: “Nossa, você tá linda. Carnaval é a oportunidade de encontrar um grande amor e reencontrar grandes ex-amores...”
Ela agradece, ficam um tempo batendo papo e tomando cerveja e, quando ele vai ao banheiro, uma das amigas comenta: “Senti que pintou um clima. Vai rolar?
A “ex” simplesmente se limitou a responder: “Nada feito. Ele até é gente boa, mas ficar com ele é o mesmo que tomar café requentado. Você, com algum esforço, até bebe, mas não rola sabor.

Idade é documento
Um dos critérios da Prefeitura para o próximo carnaval será o de idade. Os blocos mais velhos terão prioridade ao se inscrever para desfilar e serão criadas dificuldades para a criação de novos blocos.

Padronização de horário
Outra sugestão é criar horários para o desfile dos blocos. Nesse sentido, eles poderiam desfilar em quatro horários: de manhã, 9 ou 11 horas e à tarde, 14 ou 16 horas. Todos os blocos teriam que escolher um desses horários. Com isso, a prefeitura espera distribuir os foliões. Outra determinação da Ordem Pública é dificultar ao máximo os desfiles noturnos. Levando em consideração que à noite todos os gatos são pardos, isso faz sentido.

Mão no bumbum
O Bola Preta é tão grande, mas tão grande, que vale tudo. Não é que o prazer de um grupo de mais ou menos 20 mulheres – moradoras do Centro e de Santa Teresa, todas elas senhoras respeitáveis, algumas casadas e bem empregadas – é simplesmente, no meio da multidão, dar uma apertadinha no bumbum dos homens?! Beliscam e, quando o dono do bumbum apertado olha, elas disfarçam e continuam brincando.

Mão no bilau
Já na Lapa, no desfile do Bloco Quizomba, terça-feira em frente aos Arcos, o prazer de um grupo de rapazes era apertar o bilau dos adolescentes que passavam. A preferência era por adolescentes bombados, com aquele corpão de academia. A brincadeira quase virou uma grande confusão. Um adolescente palmeado se aborreceu e quis partir para a briga, mas foi contido por outros foliões.

Abadá
Uma das coisas mais comentadas no carnaval desse ano foi a declaração do prefeito Eduardo Paes de que o bloco que usasse abadá no carnaval estaria impedido de desfilar no próximo ano. Os foliões aplaudiram a declaração do prefeito, que demonstrou uma ponta de irritação ao saber que a agremiação “A Coisa tá Preta”, de Preta Gil, pretendia criar uma “zona de exclusão” no bloco.

Abadá II
Declaração de um folião na Praça XV durante o desfile do Cordão do Boitatá:
– Se a Preta Gil quer instituir abadá, tudo bem, não tem problema. Ela pode mais que isso, pode contratar um trio elétrico, chamar o papai Gilberto Gil e outros amigos pra tocar no bloco dela, mas desde que faça seu desfile na Bahia.

Abadá e mascarados
Outra coisa que deve sair de cena no carnaval carioca são essas pessoas mascaradas, que cobrem todo o rosto e ninguém consegue identificá-las. Segundo levantamento da polícia, a maioria dos assaltos que aconteceram principalmente no Centro e na Zona Sul, as pessoas estavam com o rosto coberto.

Salvador Nunca Mais
Um jovem se mostrava indignado, durante o desfile do Monobloco, no último domingo dia 21, por ter trocado o carnaval do Rio pelo carnaval de Salvador. Decepcionado ele comentava com amigos: “Fui procurar carnaval e achei axé”. Aquilo é muito ruim. Não faz nenhum sentido pagar uma grana por um abada e sair atrás de um trio elétrico”. Lá não são as pessoas que fazem a festa e sim os cantores em cima dos trios. Salvador nunca mais.

O Rio é melhor...
Uma amiga dando uma sacaneada não perdeu tempo e disse: È por isso que estamos cantando: “O Rio é melhor que Salvador”....
Sem perder tempo o rapaz retrucou:
Comparar o Rio com Salvador é um desprestígio para o Rio. Eles fazem uma coisa muito parecida com carnaval, que em alguns momentos até lembra carnaval, mas aquilo definitivamente não é carnaval.

Pérola de Bethlem I
“Quem fica reclamando que tem pouco banheiro, que vá para casa. Os banheiros ficam sujos porque as pessoas não são cuidadosas e emporcalham tudo”. Epa! Calma, sr. Bethlem! As pessoas não emporcalham nada, apesar do serviço ter melhorado neste carnaval, os banheiros são ruins, desconfortáveis e, em duas horas de uso, ficam imundos e fedorentos. Essas pessoas que estão reclamando, sr. Secretário, são as que pagam impostos e movimentam a economia desta cidade.

Pérola de Bethlem II
O “xerifão da Ordem” declarou que a Guarda Municipal foi rígida com os ambulantes e não permitiu que entrassem no meio dos blocos. Isso é uma meia-verdade, Sr. Secretário. De fato, a eficiência dos guardas foi ímpar nos blocos da Sebastiana, mas, quanto aos outros, a Guarda fez vista grossa, como pôde ser percebido no Bloco Aconteceu de Santa Teresa, ou no Quizomba da Lapa, onde a Guarda, se apareceu, não compareceu.

Pérola de Bethlem III
Esse negócio de emporcalhar é muito relativo, Sr. Secretário. A cerveja que pagou os banheiros químicos na cidade, esta sim, emporcalhou tudo com galhardetes horrorosos e sombrinhas que atrapalhavam os blocos. A cervejaria deu sombrinhas para os ambulantes que, sem qualquer repressão, vendiam tranquilamente sem ser incomodados pela Guarda.

Emporcalhando
Para se ter ideia de como essa cervejaria se achava a dona do carnaval, houve um início de discussão entre componentes do Bloco das Carmelitas e um desses marqueteiros da citada empresa. A direção do bloco não concordou com as sombrinhas e a publicidade da cervejaria no meio do bloco. Alegavam os dirigentes que as cores daquela logomarca descaracterizariam as cores do bloco. No dia 7, domingo, o pessoal do Escravos da Mauá também não permitiu que a empresa invadisse o bloco.

Para ficar claro
A AmBev patrocina o carnaval de rua da Prefeitura, mas isso não tem nada a ver com os blocos. A AmBev até pode como fez, encher a cidade de galhardetes e provocar uma terrível e catastrófica poluição visual, mas não tem qualquer ingerência sobre os blocos, a não ser sobre os que venha a patrocinar. Mas a turma da Prefeitura, que vivia fazendo discurso e dizendo que acabaria com a poluição visual da cidade, neste caso, faz vista grossa. Será que se aquela senhora que coloca aqueles cartazes dizendo “trago a pessoa amada em três dias” e que sempre é perseguida pelos fiscais da Prefeitura, patrocinar o carnaval, ela poderá emporcalhar a cidade?

A Grana da Sebastiana
O patrocínio dos blocos da Sebastiana vem de uma parceria com a TV Globo. Os blocos da Sebastiana foram divididos pela Globo em três níveis: nível A – Simpatia é Quase Amor e Suvaco de Cristo – ganham em torno de R$ 40 mil; nível B – Carmelitas e Escravos da Mauá – ganham R$ 25 mil; e existem outros blocos menores que estão no nível III e ganham em torno de R$ 20 mil. Os blocos que desfilam duas vezes, como Carmelitas e Simpatia, ganham dobrado.

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