quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

Entrevista com Rita Fernandes - Presidente da Sebastiana


Rita Fernandes - Presidente da Sebastiana

“A prefeitura tem propriedade e deve zelar pelos

espaços públicos, mas isso não quer dizer,

que ela seja a que a dona dos blocos”


O carnaval de rua do Rio de Janeiro vem passando por grandes transformações. A cada ano, os blocos se deparam com uma surpresa inesperada. Em 2010 não é diferente: os blocos estão sob a disciplina do “Choque da Ordem” do prefeito Eduardo Paes e de certa forma acuados com a força da AmBev, que fechou contrato de patrocínio com a prefeitura e tenta, de todas as maneiras, se impor sobre os blocos. Pelo que se viu até aqui nos desfiles das ruas realizados, nesse período que antecede o carnaval, a empresa que domina o mercado vem exagerando em seu marketing, impondo a cor azul da cerveja Antarctica entre os foliões. O que fazer contra essas interferências externas que podem tirar a alegria e a espontaneidade do carnaval?
Entidade mais representativa dos blocos carnavalescos do Rio, a Sebastiana –Associação Independente dos Blocos de Carnaval de Rua da Zona Sul, Santa Teresa e Centro da Cidade –, reúne os 13 dos principais blocos desses bairros. Criada em 2000, a entidade é presidida pela jornalista Rita Fernandes, que concedeu entrevista ao Jornal Capital Cultural e esclareceu pontos importantes sobre o funcionamento da agremiação. Falou também sobre a relação da entidade com a Prefeitura e com empresas que sempre se dispõem a patrocinar os blocos.
Rita é uma dessas pessoas absolutamente envolvidas e apaixonadas pelo carnaval de rua. Em 1995, foi uma das fundadoras do bloco Imprensa que eu Gamo, que desfila em Laranjeiras, mas antes disso já era frequentadora do Bloco de Segunda, Barbas e Simpatia É Quase Amor. O trabalho que vem realizando à frente da Sebastiana desde 2004, ao que tudo indica agrada, pois, embora a eleição da entidade seja anual, ela foi reeleita por seis anos consecutivos.

Capital Cultural – Obviamente, o carnaval de rua do Rio precisava ser organizado, pois a coisa caminhava para um lugar muito perigoso. Hoje, o temor de muitos são os excessos, com ordem demais e outras medidas que podem tirar a espontaneidade da festa e nos conduzir a um carnaval perigoso, feito de abadás, cordões de isolamento e coisas do gênero. Você teme que isso possa acontecer?
Rita – Este é um grande risco que o carnaval carioca corre, pois se não tivermos muita resistência e não ficarmos atentos podemos chegar a esse lugar. Seguramente, um dos maiores problemas que nosso carnaval enfrenta é o fato de muitas pessoas vislumbrarem uma possibilidade de negócio, de ganhar dinheiro e, por essa razão, pretenderem fazer do carnaval do Rio algo parecido com o carnaval da Bahia. Essa percepção é um grande erro, porque o carnaval do Rio só tem valor porque é exatamente como é. Se essa transformação acontecer, nosso carnaval fica desfigurado e perde sua espontaneidade. Quando precisamos nos preocupar com o “Choque de Ordem”, pelos excessos que poderão ser cometidos, nos desviamos de nossa principal preocupação, que é a ameaça por parte desses grupos comerciais, que tentam se impor de todas as formas. A Prefeitura, pelo menos, tem se mostrado aberta ao diálogo.

Capital Cultural – A prefeitura é a dona do espaço público, mas não é proprietária dos blocos. E, nesse contexto, surge uma contradição, pois a empresa patrocinadora se coloca nesse vácuo entre a prefeitura e os blocos e tenta ditar as regras. Essa relação é complicada, pois parece que eles estão patrocinando as agremiações e teoricamente podem fazer o que querem. Como vocês estão lidando com isso?
Rita – É bom que isso fique claro. A empresa que fez parceria com a Prefeitura não patrocina os blocos da Sebastiana. Não temos nada a ver com o que foi estabelecido entre a prefeitura e a patrocinadora e não ganhamos nada com isso. Eles patrocinam a prefeitura, o que é muito diferente. O patrocinador precisa ter consciência de que não pode agredir, não pode tentar se impor. Precisa compreender que não podem exacerbar, pois já existem espaços demais onde podem exibir sua marca. Precisa entender que o que chamam de “ativação da marca” não pode ser feita além da medida. O marketing tem que ser algo mais sutil, pois tem um efeito muito melhor. Todo mundo pode chegar ao final do carnaval e saber que a prefeitura fez um acordo com a Antarctica e que essa marca foi a patrocinadora oficial do carnaval de rua de 2010. Não é necessário que tentem impor suas cores sobre os blocos, sobre as ruas, sobre a cidade. Em se tratando dos blocos, eles não podem e não têm o direito de descaracterizar as cores das agremiações. Acho até que eles levariam mais vantagem se fizessem com que a marca aparecesse de uma forma mais discreta, menos agressiva. É preciso ficar claro que a Prefeitura é dona dos espaços públicos, mas não tem propriedade sobre os blocos.

Capital Cultural – A Prefeitura, de certa forma, tem razão em tentar organizar a festa, pois em anos anteriores o que vimos em alguns blocos foi uma falta total de civilidade. É inegável o crescimento desordenado dos blocos. Você já parou para pensar nesta questão?
Rita – Esse fenômeno dos blocos é uma caixinha de surpresas e não dá para fazer previsões em relação ao futuro. Tenho medo que o número de blocos aumente excessivamente. Colocar um bloco na rua é muito complicado, exige muita responsabilidade e seriedade. Quem coloca um bloco na rua tem responsabilidade sobre possíveis problemas que venham a ocorrer. Acho que vai chegar um momento que esse movimento de crescimento dos blocos vai se acomodar. A cidade comporta um determinado número de blocos, mas ocorre que ninguém sabe exatamente esse número. Os blocos registrados na prefeitura não correspondem à realidade. Seguramente, muitos blocos não buscam esse registro e não estão preocupados com isso. Hoje, quem faz a festa cuida apenas da espontaneidade da festa; minha preocupação nisso tudo é o surgimento de blocos com cordão de isolamento e abadás. Isso, de fato, descaracterizaria nosso carnaval e seria muito ruim. Não acredito que o carioca aceite e muito menos esteja disposto a adotar esse carnaval...

Capital Cultural – A Sebastiana reúne alguns importantes blocos do Centro, Santa Teresa e Zona Sul, e por isso é vista por algumas pessoas como uma entidade elitista, que só cuida de seus próprios interesses. Como você analisa essas críticas?
Rita – É natural que cuidemos de nossos interesses, o que já representa muita coisa. O que algumas pessoas não sabem é que, além de nossos blocos, nos preocupamos também com o bem-estar da sociedade e com o carnaval de rua como um todo. A maior prova disso é o fato de sempre após o carnaval realizarmos o Seminário “Desenrolando a Serpentina”, que discute os problemas surgidos durante o carnaval e busca mecanismos para que não se repitam no próximo ano. As pessoas que estão na Sebastiana não são profissionais do samba e nem ganham dinheiro com isso. Temos nossas profissões, nossas ocupações e o que nos une é o fato de sermos pessoas apaixonadas pelo carnaval.

Capital Cultural – Sobre essa crítica a um suposto elitismo por parte da Sebastiana?
Rita – Não concordo com isso. A Sebastiana não reúne a elite, pois esse não é nosso objetivo. A Sebastiana reúne os blocos com um pouco mais de tradição que, num dado momento, perceberam que precisavam se organizar. Elitistas? Isso não corresponde à verdade. Somos pessoas que gostamos dessa festa e percebemos que uma das maneiras de fazermos com que os blocos se mantivessem fiéis às suas tradições e não perdessem a força que representavam era a organização. A partir daí vieram as críticas. Como fomos a primeira entidade a se organizar, decidimos não aceitar novos blocos associados. Não abrir a Associação não representa que não respeitamos o trabalho das outras agremiações. Quando a Sebastiana surgiu, não tínhamos um domínio exato do que representava a entidade, precisávamos amadurecer, ganhar experiência. Tudo foi sendo lapidado com o tempo, principalmente em razão da diversidade e da realidade de cada um dos blocos que faz parte da entidade. Precisávamos de um tempo para saber exatamente o que éramos e o que representávamos. O que muitos viram como elitismo era, na verdade, um pouco de insegurança, pois não nos sentíamos competentes para isso.

Capital Cultural – Apesar da diversidade e da diferença entre os blocos, a Sebastiana acabou dando certo. Não se percebe, nas pessoas ligadas aos blocos da Associação, segundas intenções ou interesses pessoais.
Rita – O que percebemos desde o início é que o propósito de alguns blocos que nos procuravam era muito diferente dos nossos. Em razão disso, preferimos ser chamados de elitistas ou “de clubinho”, mantendo aquilo que nos une, a permitir que entrem na entidade pessoas cujo verdadeiro propósito desconhecemos. Sabemos que no carnaval existem muitos interesses políticos e comerciais e isso não interessa ao conjunto da Sebastiana. Não temos rigorosamente nada com os blocos que possuem esse tipo de finalidade, mas é preciso ficar claro que essa não é a nossa praia. Não temos uma natureza política ou comercial e, apesar das dificuldades que enfrentamos, conseguimos manter nossas características. Existem blocos que gostaríamos que participassem da Sebastiana, pois fazem um trabalho muito coerente, legal e respeitoso. Se há uma coisa clara entre nós é que não temos o desejo de ser a “Liga dos Blocos do Rio de Janeiro”. Isso não nos interessa mesmo.

Capital Cultural – Como começou tudo isso?
Rita – Começou no Bip Bip em Copacabana. O Jornal do Brasil havia pautado uma matéria sobre os blocos de rua – primeira de uma série que viria a partir dali – e sugerido que o ponto de encontro para entrevistas e fotos fosse no Bip. No encontro estavam representantes do Simpatia É Quase Amor, Imprensa Que Eu Gamo, Bloco do Barbas, Escravos da Mauá, Bloco de Segunda, Suvaco do Cristo, Carmelitas, Meu Bem Volto Já, Bip Bip e Clube do Samba. Terminada a matéria com o JB ficamos conversando e sentimos a necessidade de encontrar, em conjunto, soluções que viabilizassem os desfiles que começavam a crescer.


Formam a Sebastiana os seguintes blocos:
Bloco da Ansiedade (Laranjeiras)
Bloco do Barbas (Botafogo)
Bloco das Carmelitas (Santa Teresa)
Bloco de Segunda (Botafogo)
Bloco Virtual (Ipanema)
Escravos da Mauá (Centro)
Gigantes da Lira (Laranjeiras)
Imprensa que eu Gamo (Laranjeiras)
Meu Bem,Volto Já! (Leme)
Que Merda É Essa? (Ipanema)
Simpatia É Quase Amor (Ipanema)
Suvaco do Cristo (Jardim Botânico)

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terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

Notas carnavalescas

Notas carnavalescas

Pérola I
Uma moça, demonstrando ingenuidade e encantada com o bloco Céu na Terra – manhã de sábado de Carnaval, no Largo das Neves – pergunta a uma amiga: “Só vim aqui uma vez. Esse bairro é muito legal. Tem um festival de artes plásticas muito interessante, o Santa Teresa de Pernas Abertas”.
Um morador que estava ao lado não se conteve e, não conseguindo esconder o sorriso, corrigiu: “Não, querida: é “Santa Teresa de PORTAS Abertas”.

Pérola I
Três amigas conversavam na porta do Cine Santa, após o desfile do Carmelitas na terça-feira, quando uma delas lamentou: “Tô no maior zero a zero, não consegui ficar com ninguém”. A segunda, concordando com a amiga, acrescentou: “Tá ruim mesmo” e, olhando para a terceira, fez o seguinte comentário: “Ao que parece só você se deu bem, pois conseguiu ficar com aquele gringuinho ontem”. A terceira, por sua vez, declarou com ar de decepção: “Me dei bem, nada! Me dei foi mal. O argentino era bonitinho, legalzinho, mas não compareceu. Perdi por WO.

Café requentado
O rapaz reencontra a “ex” no Escravos da Mauá, junto com um grupo de amigas e, todo feliz e sedutor, parte para a ofensiva: “Nossa, você tá linda. Carnaval é a oportunidade de encontrar um grande amor e reencontrar grandes ex-amores...”
Ela agradece, ficam um tempo batendo papo e tomando cerveja e, quando ele vai ao banheiro, uma das amigas comenta: “Senti que pintou um clima. Vai rolar?
A “ex” simplesmente se limitou a responder: “Nada feito. Ele até é gente boa, mas ficar com ele é o mesmo que tomar café requentado. Você, com algum esforço, até bebe, mas não rola sabor.

Idade é documento
Um dos critérios da Prefeitura para o próximo carnaval será o de idade. Os blocos mais velhos terão prioridade ao se inscrever para desfilar e serão criadas dificuldades para a criação de novos blocos.

Padronização de horário
Outra sugestão é criar horários para o desfile dos blocos. Nesse sentido, eles poderiam desfilar em quatro horários: de manhã, 9 ou 11 horas e à tarde, 14 ou 16 horas. Todos os blocos teriam que escolher um desses horários. Com isso, a prefeitura espera distribuir os foliões. Outra determinação da Ordem Pública é dificultar ao máximo os desfiles noturnos. Levando em consideração que à noite todos os gatos são pardos, isso faz sentido.

Mão no bumbum
O Bola Preta é tão grande, mas tão grande, que vale tudo. Não é que o prazer de um grupo de mais ou menos 20 mulheres – moradoras do Centro e de Santa Teresa, todas elas senhoras respeitáveis, algumas casadas e bem empregadas – é simplesmente, no meio da multidão, dar uma apertadinha no bumbum dos homens?! Beliscam e, quando o dono do bumbum apertado olha, elas disfarçam e continuam brincando.

Mão no bilau
Já na Lapa, no desfile do Bloco Quizomba, terça-feira em frente aos Arcos, o prazer de um grupo de rapazes era apertar o bilau dos adolescentes que passavam. A preferência era por adolescentes bombados, com aquele corpão de academia. A brincadeira quase virou uma grande confusão. Um adolescente palmeado se aborreceu e quis partir para a briga, mas foi contido por outros foliões.

Abadá
Uma das coisas mais comentadas no carnaval desse ano foi a declaração do prefeito Eduardo Paes de que o bloco que usasse abadá no carnaval estaria impedido de desfilar no próximo ano. Os foliões aplaudiram a declaração do prefeito, que demonstrou uma ponta de irritação ao saber que a agremiação “A Coisa tá Preta”, de Preta Gil, pretendia criar uma “zona de exclusão” no bloco.

Abadá II
Declaração de um folião na Praça XV durante o desfile do Cordão do Boitatá:
– Se a Preta Gil quer instituir abadá, tudo bem, não tem problema. Ela pode mais que isso, pode contratar um trio elétrico, chamar o papai Gilberto Gil e outros amigos pra tocar no bloco dela, mas desde que faça seu desfile na Bahia.

Abadá e mascarados
Outra coisa que deve sair de cena no carnaval carioca são essas pessoas mascaradas, que cobrem todo o rosto e ninguém consegue identificá-las. Segundo levantamento da polícia, a maioria dos assaltos que aconteceram principalmente no Centro e na Zona Sul, as pessoas estavam com o rosto coberto.

Salvador Nunca Mais
Um jovem se mostrava indignado, durante o desfile do Monobloco, no último domingo dia 21, por ter trocado o carnaval do Rio pelo carnaval de Salvador. Decepcionado ele comentava com amigos: “Fui procurar carnaval e achei axé”. Aquilo é muito ruim. Não faz nenhum sentido pagar uma grana por um abada e sair atrás de um trio elétrico”. Lá não são as pessoas que fazem a festa e sim os cantores em cima dos trios. Salvador nunca mais.

O Rio é melhor...
Uma amiga dando uma sacaneada não perdeu tempo e disse: È por isso que estamos cantando: “O Rio é melhor que Salvador”....
Sem perder tempo o rapaz retrucou:
Comparar o Rio com Salvador é um desprestígio para o Rio. Eles fazem uma coisa muito parecida com carnaval, que em alguns momentos até lembra carnaval, mas aquilo definitivamente não é carnaval.

Pérola de Bethlem I
“Quem fica reclamando que tem pouco banheiro, que vá para casa. Os banheiros ficam sujos porque as pessoas não são cuidadosas e emporcalham tudo”. Epa! Calma, sr. Bethlem! As pessoas não emporcalham nada, apesar do serviço ter melhorado neste carnaval, os banheiros são ruins, desconfortáveis e, em duas horas de uso, ficam imundos e fedorentos. Essas pessoas que estão reclamando, sr. Secretário, são as que pagam impostos e movimentam a economia desta cidade.

Pérola de Bethlem II
O “xerifão da Ordem” declarou que a Guarda Municipal foi rígida com os ambulantes e não permitiu que entrassem no meio dos blocos. Isso é uma meia-verdade, Sr. Secretário. De fato, a eficiência dos guardas foi ímpar nos blocos da Sebastiana, mas, quanto aos outros, a Guarda fez vista grossa, como pôde ser percebido no Bloco Aconteceu de Santa Teresa, ou no Quizomba da Lapa, onde a Guarda, se apareceu, não compareceu.

Pérola de Bethlem III
Esse negócio de emporcalhar é muito relativo, Sr. Secretário. A cerveja que pagou os banheiros químicos na cidade, esta sim, emporcalhou tudo com galhardetes horrorosos e sombrinhas que atrapalhavam os blocos. A cervejaria deu sombrinhas para os ambulantes que, sem qualquer repressão, vendiam tranquilamente sem ser incomodados pela Guarda.

Emporcalhando
Para se ter ideia de como essa cervejaria se achava a dona do carnaval, houve um início de discussão entre componentes do Bloco das Carmelitas e um desses marqueteiros da citada empresa. A direção do bloco não concordou com as sombrinhas e a publicidade da cervejaria no meio do bloco. Alegavam os dirigentes que as cores daquela logomarca descaracterizariam as cores do bloco. No dia 7, domingo, o pessoal do Escravos da Mauá também não permitiu que a empresa invadisse o bloco.

Para ficar claro
A AmBev patrocina o carnaval de rua da Prefeitura, mas isso não tem nada a ver com os blocos. A AmBev até pode como fez, encher a cidade de galhardetes e provocar uma terrível e catastrófica poluição visual, mas não tem qualquer ingerência sobre os blocos, a não ser sobre os que venha a patrocinar. Mas a turma da Prefeitura, que vivia fazendo discurso e dizendo que acabaria com a poluição visual da cidade, neste caso, faz vista grossa. Será que se aquela senhora que coloca aqueles cartazes dizendo “trago a pessoa amada em três dias” e que sempre é perseguida pelos fiscais da Prefeitura, patrocinar o carnaval, ela poderá emporcalhar a cidade?

A Grana da Sebastiana
O patrocínio dos blocos da Sebastiana vem de uma parceria com a TV Globo. Os blocos da Sebastiana foram divididos pela Globo em três níveis: nível A – Simpatia é Quase Amor e Suvaco de Cristo – ganham em torno de R$ 40 mil; nível B – Carmelitas e Escravos da Mauá – ganham R$ 25 mil; e existem outros blocos menores que estão no nível III e ganham em torno de R$ 20 mil. Os blocos que desfilam duas vezes, como Carmelitas e Simpatia, ganham dobrado.

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Abadá é o Cacete



Abadá é o Cacete
Virgilio de Souza


Disseram-me, e foi pessoa séria quem falou, que estão lenta, silenciosa e camufladamente tentando implantar “essa coisa de abadá” no carnaval carioca. Não, isso não.
Não quero ser leviano ou injusto com uma moça tão simpática e a quem tanto admiro, mas, se são verdadeiros os comentários de que nossa querida Preta, filha do Gilberto Gil, tentou criar – na moita – um “abadazinho moderno”, uma pulseirinha, coleirinha ou coisa do gênero para o carnaval carioca, só temos a dizer o seguinte: “Pretinha, aqui não dá”. Os milhares de foliões dessa cidade acham essa história de abadá a mais pura e cínica forma de exclusão social, de frescuragem. Entendemos essa coisa como enclausuramento do carnaval, aniquilamento da festa.
Em outras oportunidades outros até tentaram criar mecanismos de transformar essa festa tão alegre e espontânea em festinha privada num espaço público. A resposta das pessoas que amam esse delírio, que gostam de pular e brincar anonimamente “sem lenço e sem documento”, como diria seu conterrâneo, foi a seguinte: Abadá é o cacete!
Nós que moramos nessa cidade temos o maior carinho e respeito pelos baianos. Não temos rigorosamente nada com isso se nossos amados irmãos da “República do Dendê” ficam amarradões em pagar uma fortuna para seguir “Musas do Acarajé” e acompanhar trios elétricos. Mas essa não é nossa praia. Se lá “atrás do trio elétrico só não vai quem já morreu”, aqui, essa história de abadá e trio elétrico é a própria morte do carnaval carioca.
Legal o fato de o nosso prefeito entrar no clima e afirmar que vai proibir os blocos que quiserem impor abadá no carnaval carioca de 2011. Como diria o velho e sábio filósofo, uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa; logo, Rio é Rio, Salvador é Salvador, azeites que não se misturam. Por isso, como diria o poeta mineiro, que parece curtir mais o carnaval carioca que o baiano, “não põe corda no meu bloco, nem vem com seu carro-chefe me dar ordem ao pessoal”.
O povo dessa cidade, sem poder fazer nada, já viu o carnaval ficar enclausurado dentro do Sambódromo, um espaço destinado às céu-lebridades, à classe A e aos gringos. Nós, foliões populares, que anonimamente invadimos as ruas, queremos apenas brincar, curtir, brindar. Somos anônimos, pois a estrela maior é a festa, é a própria cidade. Não queremos ser identificados socialmente por um abadá. É simples assim.

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Opinião de Leo Feijó sobre o prédio da Eletrobras


Uma construção necessária
Leo Feijó – Sócio do Teatro Odisséia)

“Sou totalmente favorável do empreendimento. Ouvi vários argumentos e opiniões tanto arquitetos e engenheiros especializados nessa área de preservação quanto de empreendedores aqui da região, e colocando esses argumentos na balança, estou convencido que será muito positivo para a Lapa essa obra. Os recursos que a arquitetura apresenta, permite que seja construído um prédio bonito, prático, que agregue valores sem com isso, ferir ou qualquer dano à arquitetura local. O que percebemos é que a iniciativa privada mudou nesses dez anos a dinâmica de vida do bairro, no sentido que trouxemos para cá público e esse público possibilitou novos empreendimentos e proporcionou uma mudança na realidade do bairro gerando empregos, trazendo turistas, sendo uma excelente opção da cidade e impostos, mas todo esse montante que produzimos não voltou para cá na forma de investimentos e infra-estrutura e em conservação. Todo mundo sabe e essa é a grande queixa, que não foram feito investimentos na Lapa e, para constarmos essa realidade, basta darmos uma volta por aqui. Se o poder publico diz que não tem verba para fazer os empreendimentos que são necessários e se há a possibilidade de uma parceria publica-privada com a Eletrobras, para que eles possam fazer, não podemos ser contrários. A Lapa precisa passar por essa recuperação. Essa experiência realizada na Lapa é tão bem sucedida, que poderia ser replicada em outros bairros.

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Opinião de Maria Juça sobre prédio da Eletrobras


É preciso uma discussão à luz da realidade
Maria Juçá – Administradora do Circo Voador


Opinar sobre a luz da paixão e do entusiasmo, sem ver o projeto é, de certa forma, complicado. Não posso também partir da velha premissa do “não vi e não gostei”. A Eletrobrás é uma empresa séria, que em nenhuma hipótese teria a intenção de descaracterizar uma parte tão nobre da cidade. Acredito que eles estejam pensando num projeto moderno que vá se harmonizar com o conjunto arquitetônico que temos aqui, sem provocar qualquer tipo de agressão à arquitetura da Lapa. Não podemos ser uma oposição sistemática ao novo com argumentos que não se justificam. Por outro lado, temos que levar em consideração que a Lapa é um bairro problemático, que apresenta desmandos de todas as ordens. Se a iniciativa privada chega com a intenção de somar, de mudar essa realidade caótica, de transformar tudo isso que vivemos hoje em um lugar melhor para se viver e trabalhar, não podemos deixar de apoiar a iniciativa. Não podemos criar mecanismos para que a iniciativa privada se encolha, desista e acabe não fazendo. O poder público, por uma série de razões, não faz ou tem dificuldades em fazer porque sabe que realizar demanda muita vontade, muito desempenho e, quando alguém se propõe a fazer uma benfeitoria, não pode ser impedido. Não quero aqui fazer uma crítica à figura do prefeito ou do governador, que são pessoas simbólicas, pois eles fazem parte de um todo, de uma estrutura montada. Precisamos discutir os vários projetos e processos da cidade à luz da realidade e não à luz da burocracia. Se o poder público tivesse mecanismos de investimento, tudo bem, mas como não tem, é preciso que não cerceie as pessoas da iniciativa privada que querem fazer. Uma administração em pleno século XXI tem que ser pragmática e ter bom senso. Não podemos ficar presos a uma lei de 1930 que proibia que algo fosse feito de uma determinada maneira. Precisamos despertar, pois estamos em 2010, a sociedade se movimentou e o mundo gira mais rápido, se digitalizou, se comunica em tempo real. Ninguém aguenta mais trabalhar sob pressão nem bancar o custo altíssimo de nossos encargos. Tudo é cobrado milimetricamente e não conseguem medir o esforço e a dedicação que as pessoas fazem. Não medem o investimento dessa forma. O investimento é lento, é burocrático.

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Opinião de Perfeito Fortuna sobre o prédio da Eletrobras




A possibilidade da revitalização de um sonho
Perfeito Fortuna – Administrador da Fundição Progresso

Desde que viemos para cá, há 28 anos, sonhamos em ser parte dessa realidade. Sonhamos que seríamos o prosseguimento daquela área onde esta localizado o BNDES e a Petrobras. O tempo, entretanto, nos fez perceber que há uma travessia imaginária, um abismo de valores entre a Av. Chile e a Praça dos Arcos. Do lado de lá, tudo é bem cuidado com ares de civilização. Do lado de cá, a realidade é oposta e caótica. Às vezes observo tudo isso e me questiono: “O que é a Lapa”?
Quem se opõe ao prédio e cria argumentos para que essa área não evolua, não convive com o que convivemos. Não tem como vizinhos terrenos baldios, mendigos, ruas sujas, abandonadas e sem iluminação. Uma área propícia à vagabundagem, e um habitat perfeito para o mosquito da dengue. São terrenos da Rio Previdência que se transformaram em estacionamentos terceirizados. Pessoas sem nenhum compromisso de melhorar o que quer que seja. Isso faz com que tudo isso se transforme numa terra de ninguém, onde ninguém precisa assumir rigorosamente nada.
A Lapa cresceu e o Poder Público não acompanhou esse crescimento e, nisso, reside a complexidade. Não critico o governador ou o prefeito. O problema não é exatamente deles, é de uma máquina que não funciona. Eles não têm dinheiro para resolver todos os problemas da cidade e trabalham com prioridades emergências e a Lapa nunca foi uma prioridade emergencial nem dos atuais governantes, nem de seus antecessores.
Se o poder público não consegue assumir, temos que comemorar se um vizinho poderoso que chega com disposição de investir nessa área. Todos gostam da Lapa, admiram a Lapa, mas ninguém cuida da Lapa. Quando alguém se interessa e a coisa pode efetivamente mudar, pessoas que não vivem aqui, que não enfrentam o que enfrentamos buscam argumentos para se opor à idéia. Dizem que essa é uma área cultural, tombada, preservada e que por isso não pode se fazer nada e, blá,blá, blá....
Que conversa é essa, que cultura é essa? Como pode uma área deserta, cheia de mosquito, terrenos baldios, ruas esburacadas e abandonada ser cultural? Estamos falando exatamente da cultura de quê? Da Cultura do mosquito, da vagabundagem, do vandalismo, do esquecimento?
A construção desse prédio, é um presente para a Lapa, para a Copa do Mundo, para as Olimpíadas, e para a cidade como um todo. Sou absolutamente favorável.

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Carlos Fernando
Superintendente do Instituto do Patrimônio Histórico Nacional e fundador do Bloco de Segunda, fala sobre o carnaval de 2010
e sobre a construção do prédio da Eletrobrás na Lapa.

Carlos Fernando é um carioca da gema. Desses que, a exemplo de Fernandinha Abreu, pode bater no peito e tirar onda: “Quero meu crachá. Sou carioca”.
Nascido no Leblon e criado em Botafogo, o arquiteto e folião é uma dessas pessoas que frequenta as boas coisas que a cidade oferece: praia, roda de samba, exposições, bares e blocos carnavalescos. Seu fascínio pelos blocos é tanto que, há 22 anos, numa segunda-feira de carnaval, estava na praia com mais dois amigos e por se sentirem indignados por não haver nenhum bloco na segunda-feira que pudessem curtir, decidiram criar o Bloco de Segunda, que se transformou numa ótima opção do carnaval de rua carioca.
Sempre bem-humorado, torcedor do Fluminense, conhecendo a cidade como poucos e em seus mínimos detalhes, Carlos Fernando tem nas mãos uma grande responsabilidade cultural, histórica, patrimonial e social para com o Rio: ele ocupa a superintendência do Iphan – Instituto do Patrimônio Histórico Nacional – há três anos. Uma das atribuições da função que exerce é autorizar ou não a construção de novos prédios na cidade e avaliar o impacto que essas construções podem causar em todos os níveis.
Nesta entrevista, além de falar do carnaval, comenta também um dos assuntos que tomou conta da cidade nas últimas semanas, que é a construção de prédio da Eletrobrás na Lapa.

Capital Cultural – De trabalho falamos depois. Vamos começar falando do carnaval. O que você achou desse carnaval do “Choque da Ordem”?
Carlos Fernando – Achei muito bom. Em vinte anos que faço e participo do carnaval de rua do Rio, esse foi sem dúvida alguma o melhor. Acho que essa coisa do carnaval barato, onde as pessoas podem comprar uma peruca de R$ 5, tomar 3 latinhas de cerveja por R$5, é mesmo bem legal. Gosto muito de poder curtir o bloco no seu bairro, próximo à sua casa. Pelo que vi, li e ouvi comentários, foi tudo muito pacífico, muito harmônico. O carnaval carioca, a cada ano, vem resgatando essa coisa de quem mora nessa cidade se identificar com ela e poder curti-la à vontade, que é muito saudável. Minha avaliação sobre o carnaval deste ano é a melhor possível.

Capital Cultural – A grande discussão girou em torno do banheiro químico e das prisões que aconteceram porque tinha gente fazendo xixi nas ruas...
Carlos Fernando – Essa é uma questão antiga, a discussão é importante e precisava mesmo ser levada adiante, com alguma iniciativa enérgica por parte do poder público. Temos mesmo que melhorar as condições de quem quer brincar o carnaval civilizadamente e de forma ordeira. Percebi, entretanto, que o debate se transformou numa discussão um tanto quanto histérica. Os jornais deram uma importância muito grande a essa polêmica e me deixou intrigado, por exemplo, com o pouco espaço que se deu à morte de uma menina no Aterro do Flamengo. Eram páginas e páginas com noticiário sobre os mijões e um espaço muito pequeno para outras notícias. Mas o carnaval como um todo foi muito bom, a Prefeitura procurou trabalhar e criar condições para melhorar os desfiles dos blocos. Isso foi muito positivo para todos nós. A preocupação com o ordenamento foi boa e colaborou muito, mas existem outras coisas que me preocupam, como por exemplo, carrinhos com botijões de gás no meio dos foliões. Imagina o dia em que um botijão daqueles explodir. Aquilo é morte anunciada. Não ter ambulantes vendendo cerveja deixou os blocos evoluírem, colaborando muito para a festa. As pessoas comentam que nosso carnaval é o mais democrático; concordo com isso, aqui entre nós, essa coisa do abadá não foi aceita. Não cresceu.

Capital Cultural – Essa é outra discussão e muita gente teme que o abadá acabe chegando por aqui. O que você pensa sobre o assunto?
Carlos Fernando – Há vinte anos passo o carnaval no Rio e não sei como anda isso lá em Salvador. Quando passei o carnaval em Salvador, há muitos anos, ainda não tinha essa coisa dos camarotes. Naquele tempo era algo natural, os amigos identificavam seus iguais usando uma camiseta, o que de certa forma é uma coisa normal. Aqui no Rio isso já acontece. Soube que alguns blocos estão botando cordas e criando uma área para a pessoa que estiver usando a camiseta do bloco. Isso talvez seja necessário, pois bloco é bloco, é para um agrupamento de pessoas que se identificam e decidem fazer uma festa. Bloco não pode ser só uma multidão anônima. Algum grupo realiza e se responsabiliza por aquele movimento.

Capital Cultural – Essa discussão é interessante e complexa. Ao mesmo tempo em que rejeitamos o abadá, sentimos a necessidade de estarmos com os nossos iguais dentro de um determinado bloco.
Carlos Fernando – Acredito que incentivar o aumento do número de blocos é muito benéfico. O que as pessoas precisam entender é que o bloco é uma irmandade, tem uma identidade. Tem o seu samba, sua camiseta e quem se propõe a colocar um bloco na rua está cercado de responsabilidades por todos os lados. O nome já diz, é um bloco, não uma multidão. Temos que ter cuidado para o carnaval não cair num anonimato total e os blocos perderem essa característica de ser bloco, um grupo de pessoas que se identificam e se juntam para brincar o carnaval. Vivemos nesse dilema, pois o anônimo chega e se apropria de uma festa que não é sua, mas por ser um espaço democrático, ele esta naturalmente convidado. Ele chega sem saber o samba, sem saber quem é aquela gente, como é regida a relação entre aquelas pessoas e se enturma sem nenhum problema. Tem pessoas que reclamam que o bloco tem samba próprio e que deveriam tocar vários sambas e várias músicas. Esquecem que a proposta não é essa. Acho, inclusive, que o samba dos blocos tomou um pouco o lugar das marchinhas e falam dos problemas locais, criticam os governantes e sempre usam de forma muito sábia a ironia com os problemas políticos, sociais e cotidianos. Isso é engraçado, pois a pessoa chega anônima, avulsa e participa da festa. O mais curioso é que ela não foi ali para sentar na arquibancada, como ocorre na Marquês de Sapucaí e assistir, ela foi ali para participar. Sente-se como um dos proprietários do bloco, um sócio de carteirinha, mesmo sem nunca ter aparecido.

Capital Cultural – O que mais te fascina nessa cidade?
Carlos Fernando – Trabalho muito com essa ideia da paisagem cultural. Trabalhamos esse conceito de capital como paisagem cultural. Gosto desse mecanismo de nos utilizarmos da paisagem, modificá-la, criar, transformar uma cidade, sendo impossível você a desligar da paisagem. Não são todas as cidades que são assim. O que faz essa diferença no Rio é a apropriação, é a utilização da paisagem. Isso é uma das coisas que mais fascina. Dialeticamente, a cultura interfere na paisagem, mas esta também interfere na cultura. O carioca é um ser que responde muito bem a essa relação de cidade, paisagem, cultura. Em muitos momentos parece uma coisa só. O carnaval no Rio e o futebol representam um pouco isso. Essa capacidade de fazer cultura das coisas que nos cercam, do que esta às nossas mãos, ao nosso redor, do que dispomos. Penso que os blocos são uma consequência disso.
A arquitetura da cidade

Capital Cultural – Nas últimas semanas fomos tomados por essa discussão sobre a construção do prédio da Eletrobrás na Lapa. Qual sua opinião sobre o assunto?
Carlos Fernando – Fui consultado informalmente. Não houve uma consulta de apresentação de projeto formal pela Prefeitura ou por quem quer seja, mas houve uma reunião aqui no IPHAN, em que me mostraram um estudo para dois terrenos na rua dos Arcos: um em frente à Fundição Progresso e outro entre a Fundição e a Catedral. Um dos terrenos está dentro do Corredor Cultural; o outro não. Observei que, se o prédio fosse totalmente horizontal, ele encobriria os Arcos no sentido de criar um fundo, o que não concordei, pois acho que essa possibilidade de ver os Arcos vazados deve ser mantida. Minha proposta foi para que na construção localizada dentro do corredor cultural fosse mantida a escala da área, com três pavimentos. Já em relação ao outro terreno localizado fora do Corredor Cultural, mais voltado para a Explanada de Santo Antônio e não tão próximo aos Arcos, se fosse construído um prédio o mais recuado possível dos Arcos e o mais próximo possível da Av. Chile. Por estar afastado da , ele deverá ganhar em altura, permitindo que ocupe um percentual muito pequeno do terreno. Esse prédio estaria dialogando com os outros que se encontram na Av. Chile, sem causar qualquer interferência ou prejuízo à arquitetura da Lapa. Não seria apenas um prédio a mais, seria um prédio que enriqueceria a arquitetura da região. Penso que na falta de compreensão reside a polêmica. Não seria um prédio na Lapa, mas sim um prédio próximo à Av. Chile.

Capital Cultural – Algumas pessoas, dentre elas o Augusto Ivan, que é um arquiteto conceituado, acreditam que a construção desse prédio possa trazer prejuízos à arquitetura e à paisagem local. Você trabalha com essa hipótese?
Carlos Fernando – Não vejo qualquer tipo de prejuízo à arquitetura. Ao contrário, percebo um grande ganho para a região. Veja bem uma coisa, ocupar essas partes vazias entre a Rua do Lavradio e a Mem de Sá, e todo o entorno dos Arcos da Lapa, será altamente benéfico. Tem que ser uma obra bem feita. Não podemos trabalhar com um falso antigo. É preciso construir alguma coisa que mantenha o ritmo das fachadas. É necessário refazer a moldura daquele quarteirão. Aqueles vazios – terrenos baldios e estacionamentos – deixaram a área com um aspecto muito ruim, de abandono. É preciso uma construção nova, bem cuidada, contemporânea, que obedeça ao ritmo de seu entorno. É preciso que se recupere aquela área. Uma construção ali não criará qualquer prejuízo, pois o prédio que for instalado não vai dialogar com os Arcos e sim se harmonizar com os prédios da Av. Chile.

Capital Cultural – Quem exatamente se beneficiaria com essa construção?
Carlos Fernando – A cidade seria a grande beneficiada. Primeiro porque faria com que a vida diurna do Centro se tornasse mais intensa, mais movimentada. Ganhariam as Casas, os restaurantes, pois poderiam aumentar suas receitas e gerar mais empregos, ganhariam os moradores, pois a construção melhoraria as instalações de água, esgoto, iluminação, e ganharia a cidade, pois acabaria com dois vazios urbanos que são temerários numa área onde se pretende revitalizar. Seria muito bom para a área e para o Rio, pois a Lapa ganharia vida e impulsionaria ainda mais a cidade.

Capital Cultural – Essa é a maior polêmica que você enfrentou enquanto superintendente do IPHAN?
Carlos Fernando – Não, de jeito nenhum. A maior polêmica foi as transformações que pretendiam fazer na Marina da Glória. Ali eu me opus, pois era algo extremamente agressivo para a cidade. O prédio da Eletrobrás não chega a ser uma coisa polêmica, pois é possível fazer aquela edificação sem causar danos para o Patrimônio e sem criar problemas ambientais.

Capital Cultural – Por ser um carioca estudioso da cidade e pelo cargo que ocupa, você é uma das pessoas com mais autoridade para falar sobre o Rio. O que aconteceu com a Lapa, um bairro que parece ter parado no tempo e caído no esquecimento de nossas autoridades?
Carlos Fernando – A Lapa foi preterida primeiro pelo próprio Centro da cidade e depois pela Zona Sul. A partir dos anos 40 se transformou em uma região esquecida tanto pelo capital imobiliário, quanto em relação aos investimentos públicos. Outras partes da cidade receberam investimentos e a Lapa foi ficando para depois. Quando fizeram o desmonte do Morro de Santo Antônio, a situação piorou ainda mais, pois o plano inicial era fazer uma Avenida Norte-Sul, que seria a continuação da atual República do Paraguai; o que se previa era uma grande demolição da Lapa, então aquela área tenderia a ter o mesmo destino do Catumbi: um lugar de passagem. Com o abandono da ideia de criar uma via Norte-Sul, que foi substituída pela construção dos túneis Santa Barbara e Rebouças, a Lapa ficou com um enorme estoque de prédios abandonados ou subutilizados. Mas desse abandono acontece uma coisa inesperada e fenomenal, pois o que era um lugar abandonado se tornou um grande atrativo no final da década de 90. O que eram imóveis antigos, subutilizados e consequentemente desvalorizados, com aluguel muito barato passam a ser vistos de outra forma. Desse quadro caótico as coisas começaram a mudar: primeiro surgiram os antiquários, depois o Lavradio 100 (bar e antiquário), que deu uma tônica e iniciou toda aquela transformação. A Lapa passa a ser um projeto de revitalização a partir de sua vida cultural. Hoje suponho que os aluguéis estejam altíssimos.

Capital Cultural – Você diria que hoje há uma Lapa pública, com Casas promovendo shows de primeira qualidade e oferecendo o que há de melhor na cidade; e outra Lapa privada, mais abandonada, descuidada...
Carlos Fernando – Penso que sim, que existem essas duas Lapas, mas acredito também que uma não vive sem a outra. Tanto uma Lapa quanto a outra me transmitem uma sensação de segurança que não sinto em outras partes da cidade. Não diria Lapa pública e privada, mas uma Lapa mais sofisticada e outra menos sofisticada. Isso varia em função do bolso de cada um. Você tem a opção de Casas que cobram mais caro e o ambulante que vende três latinhas de cervejas por R$ 5. Tendo a pensar que qualquer choque de ordem na Lapa tem que ser muito bem cuidado, pois você está lidando com um equilíbrio muito delicado. As Casas estão lá e oferecem um tipo de produto que é sofisticado, mas que ao mesmo tempo é exótico. A Lapa se transformou em bela e mágica, as Casas estão ali, se solidificaram ali. Porque esse fenômeno não ocorreu em Ipanema ou na Barra? É um bairro com identidade e características próprias.

Capital Cultural – Você acha que seria exagero dizer que, em se tratando de ebulição cultural, a Lapa é a azeitona dessa empada chamada Rio de Janeiro?
Carlos Fernando – Não sei se na receita da empada se usa fermento, mas diria que a Lapa se transformou no próprio fermento desta cidade; na pérola principal. Já que estamos num período de carnaval, observe que muitos blocos vão fazer seus ensaios e se apresentar na Lapa. Não é por acaso que o Carioca da Gema é um trecho do samba do Simpatia é Quase Amor.

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segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

Roteiro dos Blocos - Zona Sul


Zona Sul



Dia 14 – domingo

Banda Bandida – 10h
Rodolfo Dantas - Copacabana

Que Merda é Essa? – 13h
Rua Garcia D’ávila - Ipanema

Beijamim no escuro – 13h
Av. Pasteur, (Instituto Benjamim Constant) - Urca

Simpatia é Quase Amor – 14h
Praça General Osório - Ipanema

Fanfarani – 14h
Praça Chaim Weizman –Botafogo

Banda do Bairro Peixoto – 14h
Av. Atlântica - Copacabana

Areia do Leblon – 14h
Rua Dias Ferreira - Leblon

Laranjada Samba Clube – 15h
Praça Jardim Laranjeiras - Laranjeiras

Foliões de Botafogo – 15h
Praça Mauro Duarte - Botafogo

Aquecimento Global – 15h
Praça General Tiburcio ( Praia Vermelha) Urca

Do You like Brazilian Music – 15h
Av. Vieira Souto – (Posto 9) - Ipanema

Banda de Botafogo – 16h
Voluntários da Pátria - Botafogo

Banda Braguinha - baile Infantil – Desfile -16h
Praça Demétrio Ribeiro – Av. Princesa Isabel - Copacabana

Bloco Cru – 16h
Rua Henrique de Novaes - Botafogo

Império da Folia – 16h
Rua Bento Lisboa - Catete

É do Pandeiro – 16h
Praça São Salvador - Laranjeiras

Bloco de Conga – 16h
Avenida Vieira Souto (Entre os Postos 8 e 9) - Ipanema

Dia 15 - Segunda

Volta, Alice – 9h
Rua Alice, esquina com Rua das Laranjeiras - Laranjeiras

Corre Atrás – 10h
Rua Dias Ferreira - Leblon

Afoxé Filhos de Gandhi – 13h
Av. Atlântica (Posto 6 ) - Copacabana

Banda Clube Nobre do Bairro Peixoto – 13h
Avenida Atlântica, com Siqueira Campos - Copacabana

Pede Passagem – 13h
Praça Santos Dumont (Jockey Club) - Gávea

Amigos do Catete – 14h
Rua Dois de Dezembro - Catete

Bonde do Corno – 14h
Rua Dias Ferreira - Leblon

Picada de Primeira – 15h
Praça do Arpoador (Posto 7) - Arpoador

Kizomba da Vila – 15h
Praça Barão de Drummond = Gávea

Banda de Ipanema - Baile Infantil – 15h
Baile Infantil da Banda de Ipanema - Praça General Osório.

Pega! Rex! – 15h
Rua Vinícius de Moraes - Ipanema

Banda Saldanha - 15h
Av. Atlântica - Copacabana

Bloco de Segunda – 16h
Cobal do Humaitá

Bloco Virtual – 17h
Joana Angélica com Vinicius de Moraes
Estica do Flamengo – 17h
Rua Marquês de Abrantes - Flamengo

Afoxé Raizes Africanas – 17h
Avenida Atlântica, (Posto 6 ) Copacabana

Rancho Flor do Sereno – 17h
Avenida Atlântica – Rua Joaquim Nabuco - Copacabana

Arteiros da Glória – 17h
Rua da Glória com Candido Mendes

Dia 16 - Terça


A Rocha – 9h
Praça Santos Dumont - Gávea

Bagunça meu coreto – 10h
Rua São Salvador - Laranjeiras

É Tudo ou nada – 12h
Rua Humaitá - Botafogo

Cariocas de Coração – 13h
Avenida Atlântica, (Posto 6 ) - Copacabana

Ansiedade – 14h
Rua Gago Coutinho (Largo do Machado) - Laranjeiras

Empurra que pega – 14h
Av. Delfim Moreira (Posto 12) - Leblon

Banda do Peru Pelado – 14h
Rua Republica do Peru - Copacabana

Meu Bem, Volto Já – 14h
Rua Princesa Isabel - Leme

Me dá teu Gancho, que eu te mostro meu pivô – 14h
Rua Nelson Mandela - Botafogo

Largo do Machado, mas não largo do copo – 14h
Largo do Machado - Laranjeiras

Bloquinho – 14h
Rua Dias Ferreira - Leblon

Clube do Samba – 14h
Av. Atlântica com Rua Santa Clara -Copacabana

Cardosão de Laranjeiras – 14h
Rua Cardoso Júnior - Laranjeiras

Katuca que ela pula – 14h
Rua Ipu - Copacabana

Galinha do Meio-dia – 14h
Avenida Delfim Moreira - Copacabana

Interferência Sistema de Som – 14h
Parque Garota de Ipanema - Arpoador

Só pra ver no que vai dar – 15h
Rua Arnaldo Quintela - Botafogo

Banda Braguinha – 15h
Av. Atlântica (Copacabana Palace) - Copacabana

Último Gole – 15h
Praça PIO XI - Jardim Botânico

Rio Maracatu – 15h
Avenida Vieira Souto (Colégio São Paulo) - Ipanema

Bloco Aspa – 15h
Rua Pedro Américo - Catete

Banda Saldanha – 15h
Av. Atlântica (República do Peru) - Copacabana

Do You like Brazilian Music – 15h
Av. Vieira Souto (Posto 9 ) - Ipanema

Império da Folia – 16h
Rua Bento Lisboa - Catete

Banda de Botafogo – 16h
Voluntários da Pátria - Botafogo

Desculpa pra Beber – 16h
Cobal do Humaitá - Humaitá

Bloco do Uhhhhh! – 17h
Praça Serzedelo Correia - Copacabana

Vem ni mim que eu sou facinha – 17h
Rua Prudente de Moraes - Ipanema

Dia 17 – quarta – 11h

Me Beija que sou cineasta
Praça Santos Dumond - Gávea

Dia 18 - Quinta

Fanfarani – 14h
Praça Chaim Weizman – -Botafogo

Caldo Beleza – 15h
Praça Marinha do Brasil (Rua Senador Vergueiro) -Flamengo

Batuque Digital – 15h
Avenida Vieira Souto (Posto 9) -Ipanema

Galinha do Meio-dia – 15h
Avenida Princesa Isabel Leblon

Boka de Espuma – 16h
Marquês de Olinda - Botafogo

Dia 20 – Sábado

Salsero Baile Clube – 12h
Coreto da Praça São Salvador - Laranjeiras

Mulheres de Chico – 15h
Praça Antero de Quental - Leblon

Bafafá – 15h
Praia de Ipanema, (Palco no Posto 9) - Ipanema

Não Mexe que fede - 16
Av. Atlântica - Leme

Pela Saco – 16h
Praça Corumbá - Botafogo

Dia 21 - Domingo

Conjunto Habitacional Barangal – 10h
Avenida Vieira Souto com Joana Angélica - Ipanema

Batuque das Meninas – 15h
Praça Santos Dumont Laranjeiras

Boca Seca – 17h
Av. Atlântica com Princesa Isabel - Leme

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Roteiro dos Blocos - Santa Teresa


Roteiro dos Blocos - Santa Teresa



Santa Teresa

Dia 11 - Quinta

Bonde do Samba -16h
Estação do bondinho - Centro

Badalo De Santa Teresa - 19h
Largo das Neves – Santa Teresa

Dia 12 – Sexta

Carmelitas - 14h
Esquina da Ladeira de Santa Teresa com Rua Dias de Barros, Santa Teresa

Badalo – 20h
Largo das Neves - Santa Teresa

Dia 13 - Sábado

Aconteceu - 14h
Local: Largo das Neves – Santa Teresa

Céu Na Terra - 16h
Praça Odilo Costa Neto – Santa Teresa


Dia 14 - Domingo

Aconteceu - 14h
Largo das Neves – Santa Teresa

Rio Maracatu – 15h
Largo do Guimarães - Santa Teresa

Aquecimento Global – 15h
Praça da Rua Áurea – Santa Teresa

Maracutaia - 16h
Praça Odylo Costa Neto – Santa Teresa

Os Mariocas - 15h
Rua Áurea – Santa Teresa

Songoro Consongo - 9h
Largo das Neves– Santa Teresa

Dia 15 – segunda

Aconteceu – 16h
Largo do Guimarães - Santa Teresa


Dia 16 - Terça

Carmelitas - 9h
Ladeira de Santa Teresa com Rua Dias de Barros, Santa Teresa

Embalo De Santa Teresa - 13h
Rua Almirante Alexandrino - Largo dos Guimarães – Santa Teresa

Frevo De Santa Teresa - 14h
Largo do Curvelo – Santa Teresa


Me Enterra na Quarta - 17h
Ladeira do Castro

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Roteiro Noturno - Carnaval - Roteiro dos Blocos - Centro da Cidade




Carnaval 2010
Roteiro dos Blocos


Centro
Dia 05 - Sexta

Cordão do Bola Preta -18h
Praça Mauá – Centro

Bloco da Saúde do Sindiprev – 14h
Rua Sacadura Cabral - Praça Mauá

Afroreggae – 19h
Arcos da Lapa – Lapa

Dia 06 - sábado


Espreme que sai – 14h
Local: Rua do Lavradio – Lapa

Banda da Conceição - 16h
Praça Major Valo – Saúde

Bloco do Saara - 12h
Rua Buenos Aires – Centro

Embaixadores da Folia – 20h
Rua do Lavradio – Lapa

Dia 07 - Domingo

Escravos da Mauá - 13h
Largo de São Francisco da Prainha, (Praça Mauá)

Deixa Falar - 13h
Local: Largo da Bica – Estácio

Dia 08 - segunda

Devotos da Madá - 21h
Rua do Lavradio - Lapa

Dia 10 - quarta

Regula mas libera - 17h
Rua Teófilo Otoni – Centro

Samba Brilha - 19h
Bar Escadinha – Rua Francisco Serrador – Cinelândia

Dia 11 - quinta

É pequeno mas vai crescer - 19h
Rua Alexandre Mackenzie – Centro

Dia 12 - sexta

Xodó da Cinelândia – 10h
Local: Rua Alcindo Guanabara – Centro

Bloco dos Aposentados – 15h
Av. Rio Branco - Próximo à Candelária – Centro

Vestiu uma camisinha listrada e saiu por ai - 16h
Av. Rio Branco (Candelária) – Centro

Embaixadores da Folia – 17h
Av. Rio Branco, próximo a São Bento – Centro

Boca que Fala -18h
Rua Araújo Porto Alegre – Centro

Boêmios da Lapa - 18h
Travessa Mosquera – Lapa

Bloco dos Bancários – 18h
Cinelândia

Escorrega mais não cai – 18h
Ladeira do Escorrega – Saúde

Dia 13 - Sábado

Cordão do Bola Preta – 8h
Cinelândia – Centro

Multibloco -11h
Rua do Resende com Mem de Sá – Lapa

O Berro da Viúva – 12h
Rua Gomes Freire - Lapa

Pega Pra Sambar - 12h
Av. Gomes Freire, em frente ao N. 226 - Lapa

Bloco do Zé Pereira - 13h
Escola Villa-Lobos, Rua da Carioca

Fazendários do amor - 13h
Rua Debret – Centro

Bloco do Salsa e Cebolinha – 13h
Rua Gomes freire – Próximo à TVE

Carioca da Gema - 15h
Rua Mem de Sá esquina com Lavradio - Lapa

Se não quer dar, Me empresta – 16h
Rua do Lavradio

Cordão da Prata Preta- 16h
Rua sacadura Cabral (Ao lado do 5ª Batalhão da PM) – Saúde

Boca que Fala – 18h
Pilotis do Prédio do MEC – (Cinelândia)

Dia 14 - domingo

Cordão do Boitatá – 8h
Praça XV

Cordão do Boi Tolo – 9h
Praça XV

Ratos da Lapa - 14h
Arcos da Lapa – Lapa

Banda dos Inválidos - 16h
Rua dos Inválidos – Lapa

Acadêmicos dos Arcos - 19h
Rua Joaquim Silva – Lapa

Dia 15 – Segunda

Bloco Sem Noção – 12h
Av. Mem de Sá, esquina com Gomes Freire – Lapa

Banda da Amizade - 14h
Rua Tadeu Kosciusko – Lapa

Banda dos Inválidos - 16h
Local: Rua dos Inválidos – Lapa

Associação Carnavalesca dos Infiéis – 17h
Praça Tiradentes

Mão de Lata – 17h
Rua do Lavradio com Rua do Rezende – Lapa

Dia 16 - Terça


Quizomba -10h
Local: Rua dos Arcos – Lapa

Orquestra Voadora – 14h
Museu de Arte Moderna - Centro

Envergo Mas não quebro – 14h
Rua Sampaio Ferraz – Estácio

Coração das Meninas – 14h
Rua do Livramento – Gamboa

Muvuca do São Carlos – 15h
Rua São Carlos – Estácio

Banda da Guengas – 16h
Rua Washington Luiz Cruz Vermelha

Banda dos Inválidos – 16h
Rua dos Inválidos – Lapa

Embaixadores da Folia -18h
Rio Branco com Rua do Rosário – Centro


Dia 17 – quarta

Embaixadores da Folia - 13h
Largo do Estácio – Cidade Nova

Dia 18 - quinta

Voltar Pra Que? - 19h
Rua Álvaro Alvim – Centro

Dia 19 - sexta

Boêmios do Senado
Rua do Senado, 206 – 14h

Dia 20 - sábado

Banda da Amizade -14h
Rua Tadeu Korsciusko – Lapa

Berço do Samba - 20h
Local: Arcos da Lapa – Lapa

Dia 21 - Domingo

Monobloco - 8h
Av. Rio Branco, com Av. Presidente Vargas – Centro

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Roteiro Noturno - Edição especial de carnaval - Programação das casas no Centro.


Bailes de carnaval


Programação das casas

Bola Preta
Dia 13 – Sábado
12h - Macarronada Carnavalesca
23h – Carnaval da Alegria Geral no QG do Bola

Dia 14 – Domingo
15h - Baile das Bolinhas
Baile Infantil de Carnaval.
23h – Carnaval da Vitória do Patrimônio Cultural

Dia 15 – Segunda
23h – Carnaval Maioral

Dia 16 – Terça
23h – É hoje Só Amanhã Não tem Mais
Todos os bailes serão animados pela
Banda Show do Cordão da Bola Preta

Carioca da Gema


Baile de Fantasia
Dia 9
Ana Costa & Moyseis Marques
Sexteto Pé de Ouvido

Carnaval
Dia 12 - Sexta
21h - Primeiro Show
Makley Mattos e Grupo Seis por Meia Dúzia
23h30 - Segundo Show
Baile com Tereza Cristina e Grupo Semente

Dia 13 - Sábado
21h - Primeiro Show
Elisa Addor e Grupo Cana de Litro
23h30 - Segundo Show
Baile com Luíza Dionízio e Agrião

Dia 14 - Domingo
21h - Primeiro Show
Nuno Neto
23h30 - Segundo Show
Baile com Tempero Carioca

Dia 15 Segunda
21h - Primeiro Show
Primeiro Show
Mingo
23h30 - Segundo Show
Baile com Nilze Carvalho e Makley Mattos

Dia 16 – Terça
Baile com Luiza Dionízio e Moyseis Marques
21h - Primeiro Show
Janaína Moreno
23h30 - Segundo Show
Baile com Luiza Dionízio e Moyseis Marques


Circo Voador

Dia 12 – sexta
Festa Ziriguidum
Bateria da Mangueira
Bloco Simpatia é Quase Amor

Dia 13 – Sábado
Festa Pitada
Bateria da Beija Flor
Bloco A Rocha

Dia 14 – Domingo
Festa Coordenadas
Bateria da Mangueira
Bloco Suvaco do Cristo

Dia 15 – Segunda
Festa Ardida
Bateria da Beija Flor
Bloco A Rocha

Dia 16 – Terça
Festa Maracangalha
Bateria da Beija Flor
Bateria da Mangueira


Rio Scenarium

Baile pré carnavalesco abre o
carnaval do Rio Scenarium
Terça – Dia 9 – 20h
Baile de Máscara
Mulheres de Chico
Abertura
Roberta do Recife

Quarta - Dia 10 – 20
Pré carnaval com Cordão do Boitatá
Abertura
Roberta do Recife

Quinta – Dia 11 – 19h30
Pré Carnaval com Empolga às 9
Abertura
Roberta do Recife


Sexta – Dia 12
Pré Carnaval
Adriyana BB
Abertura
Roberta do Recife


Sábado´- Dia 13 – 21h
Tambor de Carioca
Abertura
João Roberto Kelly


Domingo – Dia 14
Velha Guarda Musical de Vila Isabel
Abertura
João Roberto Kelly

Segunda – Dia 15 – 20h
Orquestra popular Céu na Terra
Abertura
João Roberto Kelly

Terça – Dia 16 – 20h
Mulheres de Chico
Abertura
João Roberto Kelly

Sacrilégio

Dia 12 – Sexta
Samba com Atitude
Samba de Raiz

Dia 13 – Sábado
Toque de Arte
Samba, MPB e Forró

Dia 14 - Domingo
Aninha Portal
Samba de Raiz

Dia 15 – Segunda
Batuque na Cozinha
Sambalanço

Dia 16 Terça
Roda de Bamba
Samba de Raiz

Teatro Odisséia


Dia 12
Suvaco do Cristo
Abertura: Daniela Calcia e Peço Licença. DJ Marcelinho da Lua.
Início: 21h - R$14 na lista de aniversário até 23h, R$16 na lista amiga até 23h ou com filipeta até 0h, R$18 na lista de aniversário após 23h, R$20 na lista amiga após 23h, R$24

Dia 13 - Sábado
Superbrazooka
Superbrazooka com Exalta Rei e festa Pro Mundo Ficar Odara.
Início: 21h
R$ 16 na lista de aniversário até 23h, R$ 18 na lista amiga até 23h ou com filipeta até 0h, R$ 20 na lista de aniversario após 23h, R$ 22 na lista amiga após 23h, R$ 28

Dia 14
Bailes do Odisséia
Bailes do Odisseia com Céu na Terra. DJ Bruno Pedrosa.
Início: 21h
Ingressos: R$ 16 na lista de aniversário até 23h, R$ 18 na lista amiga até 23h ou com filipeta até 0h, R$ 20 na lista de aniversario após 23h, R$ 22 na lista amiga após 23h, R$ 28

Dia 15
Orquestras Populares Cariocas
Orquestras Populares Cariocas: Maracutaia, Vigário, Abayomy Afrobeat, Frevo Diabo e Conga.
Início: 21h Ingressos: R$ 10 até 22h, R$ 15 até 23h, depois R$ 25. Lista amiga: R$ 15 até 0h

Dia 16
Bailes do Odisséia
Bailes do Odisséia com Suvaco de Cristo. DJ Tati da Vila.
Início: 21h
Ingressos: R$ 16 na lista de aniversário até 23h, R$ 18 na lista amiga até 23h ou com filipeta até 0h, R$ 20 na lista de aniversario após 23h, R$ 22 na lista amiga após 23h, R$ 28



Trapiche Gamboa 2010

Dia 11 - Quinta 11 - 23h
Baile a Fantasia
Com Alfredo Del Penho, Pedro Paulo Malta e Companhia
R$30

Dia 12 - Sexta - 22h30
Sambas e Marchinhas
Com Eduardo Gallotti e Grupo Centelha.
R$18

Dia 13 – 22h:30
Grupo Ciranda
Samba e Sambas Enredo
Ciranda. R$20

Dia 16 - Terça - 23h
Baile a fantasia com Alfredo Del Penho,
Pedro Paulo Malta e Companhia. R$30.


Bom Carnaval.

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segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

Jornal Capital Cultural
Melhores shows de 2009

Há seis anos, o Jornal Capital Cultural, em formato tablóide, que circula no Centro do Rio de Janeiro, e completa dez anos em 1º de março de 2010, realiza uma eleição com os melhores shows realizados nas casas do Centro Histórico do Rio Antigo. Face à pluralidade e às diferenciadas propostas de cada uma, nosso objetivo não é escolher um melhor show dentre todas as casas, mas sim, em razão da qualidade e da quantidade existentes, optamos escolher o melhor show de cada casa, separadamente.
A exemplo dos anos anteriores, a eleição dos melhores shows de 2009 foi feita por um corpo de jurados especialíssimo, acima de questionamento e de qualquer suspeita. O júri foi composto por pessoas que trabalham durante o ano inteiro em cada um desses estabelecimentos e que puderam assistir a todas as apresentações. Votaram proprietários, gerentes, iluminadores, garçons, produtores culturais, faxineiros, seguranças e todas as pessoas que, cotidianamente, estão ligadas a esses locais. No total, foram quase 300 votos para uma escolha realizada em 15 casas.

Melhores shows do ano

Bar da Ladeira
Nina Wirtz
Simone Lial

Memórias do Rio
Batuque de Crioulo

Carioca da Gema
Ana Costa e Luiza Dionizio
Moyseis Marques

Circo Voador
Céu
Pitty

Fundição
O Rappa
Jorge Bem Jor

Mangue Seco
De Frente para o Samba
Pano Para Manga

Gafieira Estudantina Musical
Moacyr Luz
Rita Ribeiro

Mas Será o Benedito
Paulo Moura e Roberta Espinosa (empatados)

Rio Scenarium
Dhi Ribeiro

Sacrilégio
Toque de Arte
Batuque na Cozinha

Semente da Música
Elisa Addor e Grupo Escangalha a Maçaneta
Mambo que Sambo

Teatro Rival
Maria Gadu
Eduardo Dussek

Teatro Odisséia
Empolga às 9
Kizomba

Trapiche Gamboa
Razões Africanas
Galocantô

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Corrupção
uma ameaça à nossa democracia

Por Virgílio de Souza

Para o escritor Ferreira Gullar e o jornalista Zuenir Ventura, a corrupção é uma ameaça constante à democracia no Brasil. Os dois, que estiveram numa palestra sobre democracia e ditadura no Planetário da Gávea, organizada pela Secretaria de Cultura do Município, declararam considerar extremamente séria a situação do Congresso e da Câmara dos Deputados, além de muito grave a desmoralização em que nossos políticos se encontram, diante de tantos escândalos.
Para demonstrar sua preocupação e traçar um panorama sobre o que aconteceu em 1964, Ferreira Gullar citou o escritor Franz Kafka:
“Certa vez um rato conversava com um gato e reclamou: Droga de vida, essa vida é uma m...! O gato balançou a cabeça positivamente e declarou: Você tem razão.
Em seguida, sem pestanejar e sem maiores esforços, comeu o rato.”
Gullar acha que foi exatamente isso que aconteceu no Brasil em 1964. Segundo ele, uma parcela da sociedade vivia reclamando, se queixando e repetindo pelos cantos: “Droga de democracia, sociedade injusta e desigual, viver assim não dá!” Diante disso, os militares, a exemplo do gato, balançaram a cabeça positivamente e falaram: “Vocês têm razão. Deixa que tomamos conta.” Para o escritor, isso foi extremamente lamentável e fez com que o país ficasse por muitos e muitos anos na obscuridade de uma ditadura feroz, onde não se podia nada, onde não se tinha direito a nada e onde todos os tipos de atrocidades aconteciam.
Gullar diz que hoje se preocupa com a democracia que o país vive, pois, em sua opinião, as democracias são frágeis. Em sua concepção, a maior ameaça ao sistema democrático atualmente é a corrupção que se instalou em todos os segmentos da sociedade, principalmente na política:
– Acho que a maior ameaça à nossa democracia é a corrupção. Não pode o presidente do Senado, ceder a concessão do restaurante da Casa para uma empresa explorar e depois ficar achacando o proprietário dessa empresa. Quando a “mutretagem” é descoberta, o presidente do Senado apenas renuncia, não é punido, não vai preso, não é processado, nada acontece. Para piorar, esse cidadão ainda se candidata a prefeito de sua cidade natal e consegue se eleger. (referia-se a Severino Calvacanti – ex-presidente do Senado e afastado por uma série de irregularidades). Segundo o escritor, o problema do Brasil não é apenas a corrupção, mas sim a impunidade:
– É como se eu assaltasse uma joalheria e, quando a polícia chegasse, eu me desculpasse, dizendo: “foi mal” e saísse tranquilamente, sem qualquer tipo de punição.
O jornalista Zuenir Ventura também vê na corrupção que se instalou no país um perigo constante à nossa democracia. Segundo ele, a impunidade é um problema muito sério, pois quando você começa a desmoralizar os senadores, os deputados, você pode estar abrindo caminho para um descrédito total dos representantes eleitos pelo povo e, com isso, criar mecanismos e argumentos para que algumas pessoas possam se arvorar como guardiões da pátria e querer tomar o poder.
– A mim preocupam a impunidade e o esvaziamento moral de nossos parlamentares. É preciso que as leis sejam mais criteriosas, sejam colocadas em prática e não permitam que, pelo fato de alguns errarem, todos sejam moralmente atingidos. Esvaziar o Senado e o Congresso é uma coisa muito perigosa. Outro dia, fazia uma palestra numa universidade e um estudante começou a questionar: “não sei para que serve isso, essas palestras não valem nada!” Olhei para ele e falei: Esses encontros servem para refletirmos sobre nosso país e nossa realidade. Antes, na época da ditadura, você não podia sequer fazer esse tipo de manifestação que está fazendo; se o fizesse, já teria sido preso. Temos que estar atentos, punir os culpados e proteger nossas instituições.

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