sexta-feira, 11 de junho de 2010

Interferência Urbanas à Revelia do Povo


Não se trata saber se o fechamento e a transformação da Avenida Rio Branco em grande boulevard será uma medida boa ou má, útil ou inútil. O questionamento necessário é: por que uma proposta destas antes de ser tirada da prancheta dos sábios engenheiros, arquitetos ou urbanistas não são discutidas com a sociedade?
Reza a lenda, que um prefeito foi eleito pelo povo e para governar para o povo e com o povo e por isto, não justifica este mesmo povo saber das transformações que acontecerão na cidade e, conseqüentemente, em suas vidas, apenas através dos noticiários dos jornais. Não pode-se governar de maneira unilateral: o prefeito decidiu e pronto e ponto, assim será.
Uma cidade não pode estar sujeita ao bom ou mau humor de um prefeito ou ao desejo insano de seus secretários ou colaboradores, muitas das vezes, visionários que apresentam projetos mirabolantes do que imaginam ser melhor para a cidade. A Avenida Rio Branco que será fechada experimentalmente no próximo dia 26 é apenas um exemplo. Pode ser algo absolutamente favorável ou não.
No caso especifico deste novo delírio, se algo não der certo, é possível voltar atrás, reabrir a avenida e tudo fica como antes como se nada tivesse acontecido.
Mas nem sempre o bom senso impera. A cidade, a sociedade tem pago um preço alto – em todos os sentidos - com estas atitudes tomadas à revelia por nossos representantes.
Os mais velhos, ainda se lembram e lamentam profundamente a destruição do Palácio Monroe, em 1975, pelo então presidente Ernesto Gisel. Mas este cidadão era presidente durante um período ditatorial e um “prediozinho qualquer” não poderia interferir – leia-se impedir - a modernização que o metrô representaria para a cidade. O infeliz do palácio estava no caminho do metrô então não há o que se discutir ou questionar: levaram o prédio ao chão.
Mas a ditadura acabou, fomos às urnas e tivemos direito ao voto. Mas democracia não é sinônimo de harmonia com o desejo do povo. Esta deficiência de captar o desejo da sociedade pode ser observada no desejo nsano do Exmo. Prefeito César Maia em construir, primeiro o Museu Guggenheim e posteriormente fazer as obras na Marina da Glória.
Quanto ao palácio Monroe, não houve opção: foi ao chão uma das mais belas obras da arquitetura da cidade, um crime contra o patrimônio histórico. O famigerado projeto do Museu Guggenheim - muito mais um delírio de dois ou três – a sociedade se organizou, disse não e os projetos não saíram do papel; desfecho parecido foi os das obras da Maria da Glória, que a sociedade também disse não, se organizou e impediu que acontecesse. Os jogos pré-olímpicos, que eram o pretexto para tal obra passou, não trouxe rigorosamente nada de benéfico para a cidade, como alardeavam nossas autoridades, mas o esqueleto da famigerada obra da Marina continua lá, testemunhando a falta de harmonia de nossos alcaides com o desejo do povo...
Um pouco antes disto, o prefeito Luis Paulo Conde planejou colocar no chão a Perimetral. Não se sabe por que o desejo não foi adiante. Mas Conde deixou sua marca, restaurando total e completamente a Rua do Lavradio. Ao menos algo de lúcido neste festival de insanidades.
O fechamento da Avenida Rio Branco é a polêmica que começa a tomar conta da cidade. A sociedade carioca não deve ter nada contra o Sr. Sérgio Dias, mesmo porque não sabe quem ele é. Dias é Secretário de Urbanismo do prefeito Eduardo Paes, e é ele quem comanda o denominado projeto Rio Verde e uma das primeiras medidas é exatamente o fechamento da antiga Avenida Central.
A exemplo do que aconteceu com o Museu Guggenheim o projeto é tratado a 7 chaves – esconder projetos a 7 chaves parece uma prerrogativa para se fazer intervenções na cidade. Guardando as devidas proporções, Sérgio Dias lembra muito Alfredo Sirkis (urbanismo) e Ricardo Macieiras (cultura) ex-secretários do prefeito César Maia, que, com suas pastinhas embaixo dos braços e andavam para lá e para cá, ao lado de Jean Nouveau prometendo que o Rio emergiria do Cais com o Guggenheim. Os dois apresentavam Nouveau como o maior gênio da arquitetura, parecia até que ele havia inventado a arquitetura. A sociedade não gostou da idéia, torceu o nariz para Nouveau, fez passeatas e o Guggenheim foi literalmente por água abaixo.

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Aurea Martins

personagem músical do mes de junho nos brinda com sua belíssima voz, durante a festa de aniversário do Jornal.
Participação Especial: Laura Brandão e Paulão Sete Cordas.



Falar o que de Áurea Martins, falar o que sobre Áurea Martins? Essa negra senhora, simples, suave, meiga, dona de uma das vozes mais belas de nossa música, que quando canta, encanta. Com seu permanente sorriso, é uma dessas pessoas que dá prazer ficar ao lado. Não por acaso é considerada pelas jovens cantoras que se apresentam na noite do Rio de Janeiro uma diva.
Áurea em 2009 merecidamente foi vencedora do Prêmio da Música Brasileira, na condição de melhor cantora pelo trabalho desenvolvido no Cd “Até sangrar”. Sua história, sua competência e seu dom de cantar e encantar vem de longe. Iniciou a carreira na década de 60, participando do concorrido programa “Tribunal de Melodias”, comandado por Mário Lago e Paulo Gracindo na Rádio Nacional-RJ. Agradou tanto em suas apresentações que foi contratada pela emissora. A responsabilidade era grande pois era comandada por Paulo Gracindo, César de Alencar e Manoel Barcelos, considerados profissionais extremamente exigentes. Na época, se apresentava ao lado de Elis Regina e Peri Ribeiro, outras duas grandes promessas que surgiam na música brasileira.
Em 1969 mais um desafio: decidiu concorrer no programa “A Grande Chance” de Flávio Cavalcanti. Programa que chegava à sua quarta edição e era um dos mais prestigiados da época. Saiu vencedora com louvor, e como premiação ganhou a gravação de um disco e uma viagem a Portugal. Levou dois anos para elaborar um disco como queria. Finalmente, em 1972, lançou “O Amor em Paz”. No repertório clássicos como: “Apelo” (Baden Powell - Vinícius de Moraes), “Fim de noite” (Chico Feitosa - Ronaldo Bôscoli), e “Atrás da porta” (Francis Hime - Chico Buarque).
Ao longo da carreiira dividiu palco com grandes nomes de nossa música dentre eles, Mílton Nascimento, Marisa Gata Mansa, Alcione, Emílio Santiago, Elza Soares, Johnny Alf, Baden Powell, Cauby Peixoto, Dona Ivone Lara, Leci Brandão, Zezé Gonzaga, Nélson Sargento, Chico Feitosa, e outros. Uma de suas maiores fãs era Elizete Cardoso que sempre que podia ia assistir suas apresentações.
Em 2004, lançou o disco “Áurea Martins”, o segundo de sua carreira. Antes disso, participou de diversos trabalhos importantes como, por exemplo, songbooks de Tom Jobim e Chico Buarque, produzidos por Almir Chediack. Em 2008, lançou o terceiro disco intitulado “Até Sangrar” pela Biscoito Fino, que lhe rendeu a premiação de melhor da cantora da MPB. Este trabalho, tem a participação de amigos e admiradores entre eles, Alcione, Emílio Santiago e Francis Hime. .
Áurea nos deu a honra de se apresentar no aniversário de dez anos do Jornal Capital Cultural, no último mês de março, onde brindou a todos cantando algumas canções, entre elas, por uma solicitação do jornal, as canções “Rio Antigo” e “Mais que nunca é preciso cantar”. Falar o que de Áurea Martins, Falar o que sobre Áurea Martins? Melhor, não é falar sobre Áurea, mas sim inesgotávelmente ouvir Aurea Martins.
Querida amiga, saiba que todos nós estamos torcendo por você e desejando que continue cantando e nos encantando por muitos e muitos anos. Parabéns, sorte na vida e juízo menina!

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