quinta-feira, 26 de agosto de 2010

O bêbado nosso de cada dia...


Bêbados esse time de gente chata,
inconveniente e formada por todos nós

Os denominados “bêbados pegajosos” são apontados como os mais chatos, inconvinientes e indesejáveis. Já os denominados ‘bêbados travados’ - aqueles que combinam alcool e cocaína - são os que mais decpcionam, pois em condições normais,são pessoas doces, amigas e amáveis, mas quando combinam cocaína e alcool, mal conseguem falar.


Conversando com os entrevistados e outras pessoas que trabalham na noite,

chegamos a doze tipos de bêbados mais comuns:


Bêbado Pegajoso – É aquele que precisa falar e ao mesmo tempo segurar, abraçar e ficar falando próximo ao ouvido. É uma das espécies mais indesejada, pois fica extremamente chato e aluga permanentemente quem esta por perto. Normalmente não faltam cusparadas em todas as direções.
Bêbado Travado - Ler matéria abaixo "Doces, amáveis e travados".

Bêbado Maria Juana – São aqueles que combinam álcool com maconha e normalmente são incapazes de falar muita coisa. Ficam com cara de chapadões e os diálogos se resumem ao “Ah... Ah...”; “Podes Crer...”Tô ligado” e “Legal”...

Bêbado Melancólico – Aquele que depois que toma todas fica reclamando da vida, do trabalho, dos amigos, da esposa, dos filhos. Tudo que fala é só para reclamar.

Bêbado Chorão – Não sabe exatamente a razão que chora, mas depois que fica doidão abre o bueiro. Pode chorar por coisas ruins e mesmo por coisas boas que tenham acontecido em sua vida, mas o negócio é chorar.

Bêbado Gostosão – Esse tipo é um dos mais perigosos principalmente em lugares com muita gente, pois depois que enche o pote, se acha todo poderoso e que pode “pegar” todas as mulheres. Fica extremamente exibido, conta piadinhas de mau gosto e acredita ser tão absoluto que sequer respeita se a mulher não esta correspondendo ou se está acompanhada. Muitas confusões acontecem em decorrência desse tipo de bêbado.

Bêbadas Sem Noção – São aquelas mulheres que depois que bebem, perdem a noção de tudo e mesmo estando acompanhadas, dão mole para todo mundo e são responsáveis por algumas confusões Também é comum não darem mole para ninguém, mas ficarem em frente ao palco cantando e dançando sozinhas se esquecendo que chegaram acompanhadas de maridos, amigos.

Bêbado Brigão – É um dos piores que existe, pois depois que toma todas fica violento, raivoso, agressivo e por qualquer motivo que sair no tapa não medindo consequências

Bêbado Cauteloso – É aquele que quando percebe que já ultrapassou os limites sai de fininho, sem ninguém perceber. Quando se procura por ele já está em casa dormindo há muito tempo.

Bêbado Dorminhoco – É um tipo desagradável, pois na maioria das vezes dorme onde quer que esteja: na mesa do bar, no banheiro e mesmo sentado nas escadas. Dá trabalho para ser acordado. O bar fecha, todos querem ir embora e o sujeito continua lá dormindo feito um anjo.

Bêbado Acadêmico – É o que animado por umas doses a mais se acha o sábio. Pensa dominar todos os assuntos e em alguns casos fala coisas absolutamente incoerentes e sem sentido.

Bêbado Aminésia – Aqueles que aprontam todas conseguem assumir vários estádios de um bêbado passando pelo bêbado brigão, o gostosão e o pegajoso e no dia seguinte não se lembram de rigorosamente nada.

Bêbado Complexado – Quando bebe manifesta todos os traumas e complexo de inferioridade. Normalmente fica tímido, fala pouco, se sente sem ambiente e logo vai embora achando tudo aquilo um saco

Bêbado Solidário – Também chamado de Bêbado Bolsa Família – Esse quer ajudar todo mundo, chora com as injustiças sociais, fica deprimido com pessoas dormindo nas ruas e em alguns casos é capas de dar todo dinheiro que tem para os menos favorecidos.

Travados, doces, amaveis e travados

Preferindo não se identificar para não criar uma área de constrangimento, a maioria dos entrevistados aponta para um lugar comum: O pior bêbado é a aquele sujeito que dá um teco (cheira cocaína) e toma todas.
Para as pessoas que trabalham na noite esse é o tipo de bêbado mais insuportável, pois seu corpo já não obedece aos seus comandos em razão do excesso de álcool, mas sua cabeça raciocina de forma lúcida em razão do efeito da cocaína. Para um dos entrevistados a coisa funciona da seguinte maneira:
- O que sinto é que os corpos dessas pessoas já não obedecem em razão da quantidade de álcool que consumiram, mas pelo fato de terem cheirado, elas raciocinam com lógica e lucidez. Dessa combinação de cocaína e álcool temos um quadro curioso, pois embora raciocinando com lucidez, a voz fica truncada, travada e há uma grande dificuldade de falar. Os caras ficam cheios de cacoete, contorcem a boca e você acaba não entendendo nada do que falam. São pessoas que estão fisicamente bêbadas mas com a consciência trabalhando normalmente.
A queixa contra essa combinação de álcool e cocaína se repete em alguns outros depoimentos. Para um outro empresário, que inclusive já cheirou, sem entretanto se tornar dependente, e que autorizou que seu depoimento fosse citado desde que ele não fosse identificado, não faz nenhum sentido o cara cheirar e depois encher o pote:
- Minhas experiências com álcool e cocaína não foram nada agradáveis. Não dá para entender, pois se a cocaína dá uma onda legal a associação com o álcool coloca o individuo numa situação deprimente e decadente para quem olha de fora. Essa combinação deixa as pessoas totalmente desequilibradas, com dificuldade de articular, com nenhuma paciência para ouvir e o pior que algumas dessas pessoas são queridas, boas de conversa e muito amáveis. Não critico ou julgo ninguém, pois já estive nesse lugar, mas não faz nenhum sentido uma pessoa cheirar e depois tomar quatro, cinco doses de whisky ou um monte de cervejas.




Bêbados
Quem são? Onde estão? Como agem?
Quem são?
Eu, tu, ele, nós, vós, eles...
Onde estão?
Em todas as partes e lugares. Do bar mais simples, aqueles que chamamos “pé sujo”, aos restaurantes e casas de shows mais sofisticados e mais caros da cidade. Estão em toda parte, independe de cor, condição financeira ou social.
Como agem?
A resposta é extremamente difícil. Cada um age de uma maneira, e adquire
uma característica curiosa e uma personagem muitas vezes inimagináveis e até mesmo irreconhecíveis.


Nessa matéria conversamos com algumas pessoas que trabalham na noite, em espaços normalmente lotados de pessoas que curtem a noite para saber um pouco mais de saber como agem e se comportam essas pessoas que tomam umas a mais, ficam totalmente embriagadas e passam por um curioso processo de transformação. Veja a opinião de quem trabalha na noite e se você se enquadra em algum dos tipos de bebuns considerados indesejáveis.


Virginia Carvalho gerente musical do Carioca da Gema o pior tipo de bêbado é aquele que tem a necessidade de falar alto, segurando as pessoas principalmente pelo braço e, em condições normais, cospem para todos os lados: “Esse tipo de bêbado realmente é o mais indesejável. O cara primeiro tem que ficar te segurando, depois pensa que você é surdo e tem a necessidade de falar muito próximo a seu ouvido e, na maioria das vezes, costuma cuspir de uma maneira insuportável. É difícil conviver com esse tipo de bêbado”. Proprietário do Café Cultural Sacrilégio Lucas Pimentel, faz coro com Virginia e também aponta os denominados pegajosos os piores bêbados que freqüentam a noite:
- Esse é mesmo o pior tipo de bêbado. O cara mal o conhece, e já se sente cheio de intimidades. Existem algumas figuras que você nunca viu na vida, mas que ainda assim, o seguram pelo braço, falam ao seu ouvido, cospem por todos os lados e chegam inclusive a passar a mão no seu cabelo. E pior, você tem que concordar com eles em tudo que falam. Há um outro bêbado também muito inconveniente que poderíamos chamar de “bêbado matemático. É aquele cara que vem com um grupo de amigos, tomam 30 chopes e na hora de pagar a conta, para mostrar aos amigos um grande grau de organização quer argumentar que só tomou 29. Esses caras são capazes de discutir e criar confusão por um chope, mesmo com cada um dos chopes consumidos tendo sido marcados na cartela à sua frente.

Para Cláudia proprietária do Trapiche Gamboa o pior bêbado é o que faz a linha chorão: “Esses são sem dúvida os mais inconvenientes, pois ficam lamentando a vida, nos alugam, querem de todas as maneiras que sejamos solidários aos problemas que enfrentam e que os entendam de qualquer maneira. O pior de tudo, é que no próximo encontro se mostram envergonhados, pedem desculpas sem ter a exata dimensão do quanto perturbaram. Proprietária do Restaurante Sobrenatural, em Santa Teresa, espaço que de certa forma iniciou uma renovação no samba no Rio de Janeiro, no final da década de 90, Sérvula Bonfim não tem dúvidas em afirmar que o pior tipo de bêbado é o que faz a linha machão:
- Esses caras que bebem e faz a linha machão são os mais difíceis porque perdem completamente o senso e a razão. Pessoas que, lúcidas, são bacanas, educadas, mas quando tomam umas a mais ficam nervosas, raivosas, querem brigar e não escutam ninguém. É incrível o quanto ficam absolutamente irreconhecíveis. Esse para mim, é o pior tipo de bêbado.

Araken Torzeck Gerente Musical do Rio Scenarium, quando perguntado, pensou um pouco antes de responder, mas logo depois, encontra o perfil do pior bêbado que costuma freqüentar a casa: “Para mim são aqueles bêbados que poderíamos denominar de “bêbados carteiradas”, que não fizeram reservas, não querem entrar na fila, na maioria das vezes não gostam de pagar o que consumiram e quando você vai falar alguma coisa com o sujeito ele na maior cara de pau indaga; “você sabe com quem esta falando? - Você sabe quem sou eu? - Esse bêbado é muito chato, mas cito também aqueles que fazem a linha gostosão e que se acham no direito de azarar todas as mulheres independentes delas estarem acompanhadas ou não. Esse tipo de bêbado não tem limites, não respeita o espaço do outro e normalmente acaba criando situações constrangedoras”.
Issac Pinto que trabalhou como gerente do Bar Mais Será o Benedito e hoje administra o Bar do Bola Preta acha os pegajosos os piores com os quais tem que conviver: “Os caras são chatos mesmo. Seguram, falam no seu ouvido e acha que você esta à disposição deles. O pior ficam o tempo todo cutucando. Em alguns momentos o comportamento desse tipo de bêbado chega a irritar profundamente, mas você tem relevar, pois afinal de contas, são apenas bêbados”. Mesma opinião tem Marcio Pacheco do Beco do Rato:
- Esses caras com mania de ficar te segurando são mesmos os piores. Pô os caras são muito chatos, ficam cheios de intimidade, se metem em conversa que não foram convidados e confesso que é preciso muito paciência. O pior de tudo é que existem dias em que aparecem três ou quatro de uma vez. Nesses dias, meu amigo é preciso muita paciência - finaliza.
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sexta-feira, 6 de agosto de 2010


Tensão na sinfonia
Letícia Pimenta


Com seu apreço pelo rigor e pela excelência, o maestro Robert Minczuk implantou uma pesada rotina de trabalho na mais importante orquestra carioca. Além de melhorar a qualidade do conjunto, ele despertou a fúria dos músicos, com quem vive em permanente estado de guerra



Um simples convite para o Festival Internacional de Inverno de Campos do Jordão, o maior evento de música clássica da América Latina, provocou recentemente um motim na Orquestra Sinfônica Brasileira (OSB). Inconformados com as condições da apresentação, marcada para sexta 9, os músicos exigiam seu cancelamento. Estavam tão contrariados que enviaram uma carta ao conselho curador da instituição, formalizando o pedido e reclamando acintosamente da hospedagem na cidade de São José dos Campos, a 90 quilômetros do concerto. No texto da correspondência, a insatisfação se concentrava nos deslocamentos que seriam feitos e em como os trajetos deixariam todos exaustos. Nas entrelinhas, havia algo mais. A decisão de registrar a queixa foi um importante capítulo na queda de braço travada entre os instrumentistas e o paulista Roberto Minczuk, que há cinco anos comanda o processo de reestruturação do conjunto. Cansados do seu estilo linha-dura, de sua filosofia militar, das horas e horas de ensaios, os artistas tentaram uma manobra para constranger e enfraquecer o regente a poucos dias do término de seu contrato, que se encerra no fim do mês. Em vão. Encantado com seu desempenho, o conselho manteve o espetáculo na cidade paulista, em um claro respaldo à posição do maestro. E mais: já decidiu que vai renovar seu compromisso até 2015. Mas a tensão entre o dono da batuta e seus subordinados não deve diminuir por causa desse episódio. Ao contrário. Vai permanecer aguda até que um dos lados resolva ceder, um cenário improvável no momento. “Vou transformar esta orquestra em referência internacional até a Olimpíada”, planeja Minczuk, 43 anos. “Não pretendo desistir antes disso.”

Injetar ânimo novo em uma estrutura decadente, minada pelo comodismo, é provavelmente um dos desafios mais complexos em termos de liderança, seja em uma sinfônica, seja em uma empresa, seja em uma redação de revista. A resistência às mudanças é natural, uma reação instintiva por parte de quem se acostumou a viver em uma zona de conforto. O roteiro dessa ópera é conhecido. Um belo dia, alguém novo, em geral com um histórico completamente diferente do daqueles que ali estavam, chega e diz que tudo o que era feito antes precisa ser transformado. Os objetivos agora são outros. Os critérios de avaliação também. Quem antes estava por cima passa a ter de provar novamente o seu valor, e, nessa trajetória, alguns são mandados embora. Por tudo isso, é compreensível que o organismo afetado procure rejeitar, com todas as suas forças, esse “invasor”. Encarado como um forasteiro, Minczuk encarna esse papel à perfeição. Desde que assumiu a orquestra, em agosto de 2005, já enfrentou sucessivas rebeliões e demonstrações explícitas de desapreço. É acusado de instaurar um regime marcial, com uma rotina de longos ensaios e um altíssimo grau de exigência técnica. Dependendo do ponto de vista, poderia ser até admirado por tais características. Os músicos, no entanto, não estão nada felizes com o ritmo adotado. Eles reclamam da redução nas folgas e de tendinite. Dizem que ele é ríspido no trato e pouco sensível aos desejos do conjunto. Resumo da ópera: um déspota sem coração. “Ele é inacessível, mal escuta o que temos a dizer”, ataca um instrumentista que pediu para não ser identificado.

Matéria retirada do site da revista Veja rio: http://vejabrasil.abril.com.br/rio-de-janeiro/editorial/m1961

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Sujou para os sujeiras.


Ficha Limpa
Sujou para os "Sujeiras"

Para compositores políticos
oportunistas precisam "sambar"

Havia um tempo em que futebol e principalmente a seleção brasileira serviam como uma cortina de fumaça para apagar os muitos problemas enfrentados pela sociedade brasileira. Não por acaso que, inspirado pela frase “a religião é o ópio do povo”, criou-se no Brasil a máxima “o futebol é o ópio do povo”.
Mas os tempos são outros; literalmente mudaram. Mudaram tanto que – acreditem se quiser –, em meio a uma Copa do Mundo, o TSE – Tribunal Superior Eleitoral –, atendendo a uma ação popular com 2 milhões de assinaturas, aprovou o projeto de lei “Ficha Limpa”. Um iniciativa séria, que pretende dar um cartão vermelho a políticos espertalhões, que só jogam em benefício próprio e armam de todas as maneiras para ludibriar o grande árbitro deste embate, que são os eleitores.
Samba e futebol sempre tiveram tudo a ver e, em razão disso, entrevistamos personalidades do samba para saber o que pensavam sobre a limpeza que se pretende instituir na política. Nomes importantes do universo do samba gostaram e até vibram com a ideia de se criar mecanismos para limpar o cenário político nacional de seus maus atores. Nelson Sargento, Toninho Geraes, Moacyr Luz, Monarco, Wilson das Neves, Richard e Dudu Nobre falaram sobre o assunto.
Embora a matéria tenha sido feita enquanto a jabulani rolava no Mundial da África do Sul, nossos compositores mostraram que estão ligados na política e aprovaram integralmente a proposta de jogar para escanteio essa gente que só pensa em desviar verbas públicas, comprar votos, apresentar contas que não batem. Nossos compositores e grandes bambas acham que chegou a hora dessa gente sambar.
Nelson Sargento, que trava uma luta árdua em favor da aposentaria dos compositores, considera o Projeto muito oportuno e justo: “Se é para limpar, temos que limpar. Não podemos mais conviver com tanta sujeira. Agora, quem tem a capacidade de fazer essa limpeza é o povo, votando de forma correta. Não adianta tanto trabalho, tanto sacrifício e ficarmos reclamando se, na hora de votar, depositarmos confiança nessas mesmas pessoas envolvidas em escândalos de toda natureza. Esta é a oportunidade que temos de fazer uma limpeza geral. A hora é essa”. O compositor Wilson das Neves que, ao lado de Paulinho Pinheiro, é autor do samba “No dia em que o morro descer”, que fala exatamente das desigualdades sociais existentes no país, comemora a decisão do TSE em cassar os políticos “fichas sujas”:
– Isso já deveria ter acontecido há 20 anos, ou melhor, essa sujeira na política nunca deveria ter acontecido. É preciso mesmo passar um pouco esse país a limpo. Não podemos conviver com a desonestidade de pessoas que foram eleitas pelo voto, com a promessa de representar o povo, mas que, quando são eleitas agem sem nenhum compromisso, armam todos os tipos de maracutaias possíveis, confiando na impunidade. Sou totalmente favorável e acho que agora o povo tem que fazer sua parte. Não dá mais para termos como representantes pessoas sem nenhum compromisso, sem nenhuma índole ou escrúpulo. Pessoas que só pensam em levar vantagem. O TSE está fazendo sua parte. Nós, enquanto sociedade, temos que saber fazer a nossa e alijar da política essas figuras. Merecemos políticos melhores e mais íntegros – acrescenta.
O compositor portelense Monarco também acha necessária e oportuna a decisão do Tribunal Superior Eleitoral em cassar as pessoas que fizeram da política um campo fértil para a sujeira: “Agora está nas mãos do povo escolher entre o que presta e o que não presta, entre o joio e o trigo. A lei está fazendo sua parte e temos que fazer a nossa. O que não podemos mais é termos pessoas que usam a política apenas em beneficio próprio e pensando em seus interesses pessoais”. O intérprete Richard, voz de muitos carnavais e que esse ano puxou o samba da Mangueira na Marques de Sapucaí, diz que seu apoio é total e irrestrito à decisão de se cassar os políticos que, de forma descarada e sem nenhum princípio, traem a confiança do povo:
– É a coisa mais justa que poderia acontecer. Chega de corrupção, de mutretagem, de cambalachos feitos à revelia do povo. Penso que todas as pessoas públicas, que vivem do público e responsáveis pelo que é público deveriam ser mais responsabilizadas por seus deslizes. Nosso voto é de certa forma nossa esperança de um país melhor e, se alguém trai nossa confiança, trai nosso voto, tem mesmo que pagar por isso. Vou além: quando esse alguém se deixa envolver em corrupção e falcatruas, deveria ser punido de forma exemplar para que outros não voltassem a cometer o mesmo erro. Acho pouco apenas perder o direito de concorrer; a punição teria que ser muito mais criteriosa.
Dudu Nobre é outro que acha que essa coisa de punir políticos desonestos demorou muito a acontecer e que cabe agora ao povo eliminar os que só pensam em “armar” para se dar bem: “Isso demorou muito a acontecer. É inconcebível que pessoas desonestas e que pensam apenas em se dar bem continuem na política agindo em nome do povo. É muito importante essa decisão do TSE. Agora está em nossas mãos: enquanto cidadãos e eleitores, temos que fazer nossa parte e ajudar nessa limpeza”. Sempre preocupado com os problemas sociais, Moacyr Luz diz que chega a causar perplexidade se criar uma lei para barrar pessoas desonestas no universo da política:
– Acho a lei fundamental, muito importante, mas fico perplexo e sem entender o fato da sociedade ter que se unir, recolher milhões de assinaturas para criar uma lei para nos livrarmos de pessoas desonestas. Se o cara é desonesto não pode ser político, não pode agir em nome do povo. Penso que a criação dessa lei é o mínimo, nós enquanto sociedade temos que ficar atentos e eliminarmos definitivamente essa gentalha. Desonestidade não cabe na política, na música ou em qualquer lugar de nossa sociedade.
O compositor Toninho Geraes, autor de grandes sambas, dentre eles “Uma Prova de Amor” e “Já Tive Mulheres”, sucessos na voz de Zeca Pagodinho e Martinho da Vila respectivamente, é outro que se mostra atento às discussões políticas e diz aprovar totalmente a iniciativa de criar mecanismos para punir a desonestidade na política:
– Essa coisa de política e desonestidade vem de longe e é fruto dessas oligarquias, dessas pessoas que se acham donas de tudo, que pensam que têm o direito de corromper a tudo e a todos. Antes, isso só acontecia nos grotões, mas de uns anos para cá tomou conta das grandes capitais através do populismo, de diversas formas de corrupção e essa medida de cassar os fichas-sujas é altamente positiva para o país. No fundo, acho muito pouco essas pessoas apenas perderem o direito de concorrerem, mas não posso negar que se trata de um avanço. Penso que estamos num processo de evolução e, com o tempo, vamos acabar banindo esses políticos corruptos que não servem à política.

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