domingo, 16 de outubro de 2011

Luta e luto pelo Bonde


Artes: Bondinho: Dj Zod; Cruz: Ana Duraes.
Foto: Passeata em Santa Teresa





“O que aconteceu não fo i pela vontade de Deus e sim,
pel
a incompetência dos homens.
Tem
os que fazer desta desgraça um ato de graça,
nos unirmos para mudar esta re
alidade”.

Reverendo da Igreja Anglicana



“Santa Teresa Qual sua missão?

"O bonde de volta e lio Lopes na prisão”

Coro de moradores durante as várias manifestações a favor do bonde


“Devolver o Sistema de Bondes à sociedade é uma questão de honra. Durante quatro anos tratamos aquele patrimônio da mesma maneira desleixada e tão desrespeitosa que os governos anteriores”

Sérgio Cabral em declaração à imprensa


“Até concordo que o Governador solicite um acompanhamento de uma empresa para prestar supervisão sobre os bondes. O que não pode são eles virem para cá e tomarem o lugar de nossos profissionais que não são mal profissionais, mas na verdade muito mal remunerados e trabalhavam sem condições e sem peças de reposição"


Marcelo Simão -Presidente da Comissão de Transporte da Assembléia Legislativa


“Político só escuta o clamor da sociedade, a pr
essão da imprensa e, por isso, vocês devem sempre se manifestar e pressionar"


Marcelo Simão



“Concordo em parte com o senhor, nobre deputado. Político só escuta o clamor da sociedade, a pressão da Imprensa e, acrescentaria o poder da grana”.


Um morador respondendo a Marcelo Simões



Fotos: Ato ecumênico realizado em Santa Teresa



“Parece inconcebível querer nos fazer acreditar que não conseguimos construir hoje o que a indústria produzia há 115 anos. Dizer que não temos condições de fazer as peças de reposição do bonde chega a ser um absurdo”.


Joaquim Rezende - Proprietário da Empresa de BH, durante o Fórum em Santa Teresa



“Passei pouco tempo na oficina e conversei com os operários. Não é difícil perceber que qualquer operário de lá entende do funcionamento e da estrutura do bonde, muito mais que qualquer engenheiro. Abrir mão desses profissionais é

outro absurdo”.



Joaquim Rezende



“Se o acidente aconteceu por falta de manutenção, a culpa é do governador por falta de zelo e cuidado com um bem público que presta serviços à sociedade. Se o acidente aconteceu por excesso de lotação, a culpa é do governador por falta de cuidado e supervisão”


Um morador durante o Fórum em Santa Teresa



Fotos: Maniefestação Panelaço realizado em Santa Teresa


“Esse Júlio Lopes tem que ser punido e preso porque ele sabia que éramos cobaias de um sistema de bondes totalmente sucateado e de seus bondes adaptados. Hoje não somos apenas cobaias, somos cobaias mortas”.

Uma moradora durante o Fórum em Santa Teresa



“Será que é preciso os moradores repetir o que aconteceu em Londres ou no s Estados Unidos, descerem as ladeiras e colocarem fogo na Câmara dos Vereadores e na Assembléia Legislativas para esses políticos calhordas perceberem o problema que a comunid ade vive aqui em Santa Teresa. Depois vão nos chamar de que? - De vândalos, ou vão dizer que somos ligados a Al Qaeda?

Um morador durante o Fórum em Santa Teresa

Foto: Passeata na chuva realizado em Santa Teresa


“Eu tinha a certeza que o Sr. Júlio Lopes não viria a esta audiência pública. E não veio porque é um covarde. Não tem coragem nem moral para enfrentar um debate público. Não podemos aceitar que um cretino desses seja secretário. Júlio Lopes não tem decência para estar na vida pública. Tem que ir para casa cuidar de seus negócios, ficar à frente de suas escolas, que ao que parece é isso que sabe fazer”?



Marcelo Freixo - Na audiência Pública realizada na Alerj no início de setembro



“Freixo, queria te dizer o seguinte: o Júlio Lopes não é apenas covarde. É covarde, assassino e ladrão. Não veio porque sabia que nesta audiência pública havia a presença de um delegado de polícia”.



Paulo Messina - Vereador

Na audiência Pública realizada na Alerj no início de setembro




Foto: Passeata na chuva realizado em Santa Teresa


“O Júlio Lopes abandonou os bondinhos porque queria privatizar. Ele tem que ser denunciado por homicídio doloso. Não pode dizer que não sabia dos problemas dos bondes. Se a Associação vem denunciando os descasos há mais de cinco anos como ele pode querer dar uma de dissimulado e dizer que não sabia”.

André Barros – Morador e advogado

Na audiência Pública realizada na Alerj no início de setembro



“Júlio Lopes não tinha que ser secretario porque é um incompetente e não poderia estar solto porque é um ladrão. Ele tinha de estar em Bangu 8”


De um moradora - Na audiência Pública realizada na Alerj no início de setembro



“ Aproveito a presença da deputada Jandira Feghali que faz parte da base do governo Sérgio Cabral, e por conseqüência é de seu convívio, para pedir a ela que interceda junto ao governador e peça para que ele tome uma providencia em relação ao Bonde. Estamos cansados Sra. deputada, de vocês deputados apoiarem todos os desmandos deste canalha”.



De um morador se dirigindo à deputada Jandira Feghali em uma das manifestações

do bonde em Santa Teresa, criando certo constrangimento para a deputada.



Foto: Ato ecumênico realizado em Santa Teresa



“A coragem é uma virtude. A covardia algo abominável. Covarde não é apenas o Júlio Lopes, mas o governo do Estado. Não temos que ouvir o Júlio Lopes e sim o governador o Sr. Sérgio Cabral. Ele tem que ter que responsabilidade e dar uma satisfação para a sociedade. Temos que cobrar responsabilidades. Temos que nosunirmos a esta causa independente de partidos.”.


Jandira Feghal - Na audiência Pública realizada na Alerj



“Temos que aproveitar esta situação que temos aqui vereadores, deputados estaduais e federais e criar uma comissão tripartidária. Temos que discutir tudo isso tanto no município, quanto a nível estadual e municipal.


Jandira Feghalli

Na audiência Pública realizada na Alerj no início de setembro



“Nem nos tempos da ditadura tínhamos um governo tão autoritário

e tão surdo ao clamor da sociedade. Quem o Sérgio Cabral esta pensando que é”?


De uma moradora Durante a audiência Pública realizada na Alerj no início de setembro




“Não quero ser julgada pelo que outras pessoas fizeram. Não posso ser julgada pelos atos de qualquer governador anterior. Estou em meu primeiro mandato como deputada e não quero ser julgada por atos de ninguém”.


Clarissa Garotinho que foi vaiada enquanto falava.

Na audiência Pública realizada na Alerj no início de setembro



Foto: Ato ecumênico realizado em Santa Teresa



“Depois de todas as manifestações e de tudo que ouvimos aqui, Júlio Lopes não tem condições morais de permanecer no cargo. Mas temos que ficar atentos ao seguinte: Não adianta trocar o secretario e não mudar essa política.




Por outro lado, não temos nada a falar com o Sr. Júlio Lopes, para dizer a verdade, não tenho a mínima disposição e muito menos estômago de conversar com este senhor”

Chico Alencar –deputado Federal Na audiência realizada na Alerj



“Secretário debochado –tem que ser exonerado”.


Coro de moradores durante as várias manifestações a favor do bonde



“Temos que nos mobilizar, entrar na justiça e pedirmos o impeachment político de Júlio Lopes. Se apenas for exonerado, por ser deputado Federal , volta para Brasília, e nada acontecer”.


Sonia Rabelo - Vereadora

Na audiência Pública realizada na Alerj no início de setembro


Foto: Passeata pelas ruas do Centro da cidade


“Sinceramente, o secretário tem que lavar a boca com água sanitária antes de falar do mortoneiro Nelson. Esse senhor morreu tentando salvar a vida das pessoas. Ele podia ter pulado e não pulou. Ele estava trabalhando lá - coisa que o Secretário não sabe o que é fazer, porque nunca trabalhou".


Alessandro Molon - Deputado Federal



“Uma semana onde fiquei duplamente triste. Primeiro com a absolvição da deputada Jackeline Roris. Aquela votação mostrou que falta seri edade à casa. É u m l ugar que preci samos estar vestidos à caráter, para tomarmos decisões onde as pessoas demon stram total falta de caráter. A segunda tristeza e essa bem maior, foi com este trágico acidente do bondinho. O que acontec eu aqui em Santa Teresa não foi o bra do acaso. Foi obra do descaso.


Chico Alencar - De putado Federal em ato realizado em Santa Teresa



Fotos: Marcha da Corrupção em Copacabana



Júlio Lopes além de bandido é va gabundo. Temos que exigir a imediata exoneração deste secretário. Temosque repudiar o fato do Sr. Júlio Lopes ter culpado o motorneiro Nelson Correa, morto no acidente. A coragem do Nelson

é proporcional à covardia do secretário


Alessandro Molon



“Lamento profundamente este acidente que

representa uma tragédia para o turismo da cidade.”


Júlio Lopes - Secretario de Transporte –No dia em que ocorreu o acidente



Foto: Ato ecumênico realizado em Santa Teresa


“Jamais foi liberado um bonde para serviço sem que sua manutenção estivesse rigorosamente feita. O bonde o qual ocorreu o acidente esteve praticamente todos os dias de agosto passando por constantes revisões, foram trocados o sistema derodas e as quatro sapatas de freio”.


Júlio Lopes



" Que ele (o bonde) não é um transportede massa, não é .

Que há um descontrole na entrada (de passageiros), há.

Havia um excesso de passageiros absurdo na hora da tragédia”.



Sergio Cabral – em sua primeira declaração sobre o bonde



“Queremos sim a saída do Júlio Lopes, mas que ela não represente um desvio de foco de nossos verdadeiros problemas. Sabemos que simplesmente trocar o Secretario é o mesmo que trocar o sofá de lugar”.



Elzbieta Mitkiewicz -Presidente da Amast


Foto: Ato ecumênico realizado em Santa Teresa



“A Imprensa é nossa arma. É nosso treizotão”.


Elzbieta Mitkiewicz





Chegou-se a um ponto tão deseperador, que o

bonde esta morrendo... Morrendo e matando”.


Elzbieta Mitkiewicz



"O Nelson poderia ter pulado do bonde, se livrado,

e deixado todo mundo se arrebentar.

Não, ao contrário, teve uma atitude honesta e coerente.

O Júlio Lopes, além de cínico e mentiroso é dissimulado"


Paulo Messina - Vereador



Descarrilhou

Virgílio de Souza - Jornal Capital Cultural

Silêncio nos trilhos,

silêncio na voz.

Gestos contidos,

almas consternadas.

Expressões perplexas...

Faces lacrimejadamente pálidas

tentam entender o problema.

O discurso vazio

de um político vadio

tenta justificar o dilema.

Silêncio nas ladeiras, soleiras e portais.

Cumpriu-se o enunciado,

se fez real o anunciado

nada se fez contra o denunciado.

Dos umbrais do poder

eles observam as vidas jogadas na curva

e, ainda sim, a água não se turva.

O mistério é publico.

O Ministério é Publico.

Triste ironia publicada.

No jornalão do Poder

mortes são apenas notícias

a exemplo de um

Festival de Gastronomia

Silêncio nos trilhos,

nas ladeiras, soleiras e portais...

Cumpriu-se o denunciado,

o anunciado, o enunciado

Faces pálidas...

Olhos que lacrimejam

Almas consternadas...

Fim de estribilho.

Dos umbrais do poder

eles observam as vidas jogadas na curva.

Já não há mistério:

o Ministério é Publico,

achou denuncismo. Não publicou.

Mas ainda assim, as águas não se turvam

E os jornalão publica mortes

Como uma festa de gastronomia.

ou um confete deixado na curva

por um folião qualquer

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segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Apaixonado pelos bondes

Entrevista

Luis Carlos Cosenza

Um homem apaixonado
por Santa Teresa,
e amante
dos Bondes


Um homem apaixonado, preocupado e ao mesmo tempo amargurado com a realidade do Sistema de Bondes de Santa Teresa. Assim pode se definir o Engenheiro Luiz Antonio Cosenza uma pessoa que por questões sentimentais é extremamente envolvida com o sistema de bondes e, por questões profissionais, é um dos que mais entende do assunto.

No final da década de 90, Cosenza ocupava o cargo de diretor técnico da CBTU – Companhia Brasileira de Trens Urbanos – que era responsável pelos bondes e, em 2002, assumiu a presidência da Central Logística empresa que passou a administrar o sistema de bonde. Neste período, eram recorrentes os comentários de que o principal e mais simpático meio de transporte da cidade seria privatizado ou municipalizado.

Os bondes naquela época pertenciam à CBTU e nossa opção foi a de comprar o sistema de bondes para que ele pudesse ser preservado. Não gostávamos da idéia da privatização e, segundo comentários, caso o sistema fosse municipalizado o prefeito César Maia iria demitir os funcionários.

Foi o zelo, o reconhecimento da importância histórica e cultural que os bondes representam para a cidade e, principalmente, a amizade que passou a ter com os funcionários que fez Cosenza se aproximar e a se preocupar cada vez mais com a realidade dos bondes. Ele passou a entender rigorosamente de tudo em relação ao sistema bondes: as condições precárias da garagem, o ultrapassado sistema de fiação da rede elétrica, as irregularidades no sistema de trilhos, da realidade dos funcionários e do descaso do poder público que insistia em adiar a busca por uma solução. Uma aproximação tão grande com os bondes, fez com que ficasse também muito próximo à realidade e aos problemas de Santa Teresa.

O trágico acidente ocorrido no último dia 27 mais uma vez aproximou o engenheiro do Sistema de Bondes. Atualmente ocupando a vice-presidência do CREA – Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura – uma de suas atribuições é o trabalho que exerce na Comissão de Analises e Prevenção de Acidentes da Câmara de Engenharia Elétrica. Em conseqüência disto, é um dos responsáveis em apurar o que aconteceu exatamente no trágico acidente em Santa Teresa.

Aos 59 anos, Cosenza procura não emitir qualquer opinião definitiva ou buscar culpados para a tragédia. Mantém sua opinião de ser contrário ao sistema de privatização, diz que não medirá esforços para que os fatos sejam definitivamente apurados. Pede atenção das autoridades não só para com o bonde, mas também para com Santa Teresa, pois em seu entender, o bonde é uma extensão do bairro e sem os bondinhos Santa Teresa perderia praticamente todo seu charme, beleza e encantamento.

Capital Cultural – Irresponsabilidade, incompetência, descaso, fatalidade... O que aconteceu em Santa Teresa?
Cosenza - É claro que, sentimentalmente, existe dentro de mim e de cada um de nós que sabemos a importância dos bondinhos uma grande amargura. Profissionalmente falando, qualquer diagnóstico feito de forma emotiva seria irresponsável e leviana. Nosso objetivo é saber a real causa do acidente. Temos que ficar atentos para não colocarmos a culpa em quem não é culpado. Às vezes vai se adiando, vai se postergando o serviço de manutenção e quando acontece um acidente ou uma tragédia, partimos para apontar culpados. No Brasil não temos esta característica de não nos preocuparmos com a manutenção, mas depois que uma tragédia acontece, temos a mania de buscarmos culpados. Sempre colocamos a culpa nas costas do piloto, do mortoneiro, do motorista, ou de um eletricista. Atribuímos a eles, uma culpa que eles não têm.

Capital Cultural – Até aqui já foram criadas algumas versões, inclusive, uma que ao parece não é plausível que é a super-lotação. Isso faz sentido?
Cosenza - A superlotação pode ter contribuído para o acidente, mas não foi a causa. Trabalhamos exatamente para encontrar essa causa. Tudo leva a crer que houve uma falha no sistema de freio Me surpreendeu declarações que li nos jornais de que o bonde com o qual ocorreu o acidente diversas vezes foi para a manutenção por conta de sapata de freio. Isso é muito complicado, pois ou a sapata não era trocada por uma nova sapata ou a sapata era de péssima qualidade. Não se troca sapata um dia sim e um dia não. Se o bonde passou por tantas manutenções, temos que saber a origem desta sapata, sua procedência e sua qualidade. É preciso ficar claro se a sapata era ou não nova. Vimos no local do acidente que uma das sapatas estava desgastada. Isso, porém, não justifica o acidente, pois uma sapata desgastada não é o motivo para o que aconteceu se as outras sapatas estavam novas. Tudo leva a crer que houve uma falha no sistema de freagem. É isso que temos que apurar.

Capital Cultural – Faz sentido a argumentação dos moradores de que essa era uma tragédia anunciada?
Cosenza – O bairro tem características próprias. Temos um relatório daquele acidente de 2009, que vitimou aquela professora. Naquela ocasião e mesmo antes disso, já alertávamos para os problemas que os bondes vinham apresentando. Falamos que era preciso ordenar o bairro, acabar com tantos estacionamentos que tira o gabarito no trajeto de percurso do bonde. Falamos dos ônibus que andam em alta velocidade e sempre oferecem perigo. O transporte principal em Santa Teresa tem que ser o bonde. Essa questão de que era uma tragédia anunciada, de certa forma faz sentido, pois se algo é anunciado e você não cuida, não faz a manutenção necessária e não tem o zelo necessário, o que foi anunciado acaba acontecendo.

Capital Cultural – Neste primeiro de setembro os bondinhos completam 115 anos. O tempo de vida útil, o desgaste podem ser fatores que colaboram para o risco de acidentes?
Cosenza - Independente da idade do equipamento, qualquer que seja o equipamento, se ele tiver uma manutenção adequada, se as peças forem repostas, se houver cuidados, este equipamento estará seguro. Este argumento não justifica e nem procede. Não podemos sob nenhuma hipótese culpar a idade do bonde. A idade do bonde é um fator que nos obriga a termos mais cuidado. O bonde não é inseguro pela idade e sim pela falta de manutenção. Há uma coisa que muitas pessoas insistem em não entender: a discussão do bonde não pode se limitar apenas ao bonde. É preciso zelar mais pelo bairro, limitar a velocidade dos carros que por lá trafegam, olhar com mais atenção para os ônibus que deveriam andar em baixa velocidade, evitar que caminhões com carga pesada transitem. Não podemos pensar o bairro e o bonde apenas nos finais de semana para turistas. Isso seria um crime contra a população. O bonde é um veículo de passageiros e não apenas com finalidade turística. As pessoas pensam que o bonde é uma extensão do bairro e sem os bondinhos Santa Teresa perderia praticamente todo seu charme, beleza e encantamento.

Capital Cultural – A decisão do governador em colocar um interventor é razoável?
Cosenza – Fico pensando qual será exatamente a função deste interventor. Se veio para solucionar, para discutir com os moradores, com as entidades da engenharia e as entidades representativas, tudo bem, acho válido e sua presença poderá ser extremamente útil. Mas se veio para trazer fórmulas prontas não vejo grandes vantagens. . Ele tem que dizer a que veio.

Capital Cultural – Exonerar o Júlio Lopes como muitos querem, resolveria alguma coisa?
Cosenza - A discussão me parece vaga. Temos que questionar o seguinte: existiram investimentos suficientes para quem fossem encontradas soluções para os problemas que os bondes apresentam? Penso que essa é a questão. Saber quem vai estar lá, se o Júlio Lopes, se o Rogério Onofre, se o Pedro, o Manoel ou o João isso não cabe discutir e nem sei se vai acrescentar alguma coisa. Não cabe ao CREA opinar quem será o responsável, quem o governador vai colocar lá ou exonerar. Temos que saber onde serão os investimentos, de que maneira serão feitos e se estes investimentos possibilitarão a recuperação do sistema e segurança para a população. Pense que essa é a discussão e não podemos perder este foco. Não se pode botar a culpa em alguns funcionários que estão lá. Todos sabemos, que os funcionários que trabalham nos bondes, exercem suas funções dentro de um limite possível. Se fosse oferecido material e condições para que esses profissionais fizessem uma boa manutenção, não tenho dúvidas que eles fariam, pois são pessoas que amam o sistema de bonde e não trabalham apenas por obrigação.

Capital Cultural – Sobre a privatização, você acha necessária?
Cosenza – Vamos fazer uma reflexão sobre o sistema de privatização. Não podemos perder de vista que o único estado que privatizou o sistema rodoviário foi o Rio de Janeiro. Nenhum outro estado partiu para essa alternativa como solução. Se compararmos nossas duas maiores capitais que é São Paulo e o Rio de Janeiro, vamos perceber diferenças substanciais. No Rio, o sistema de transporte é privado e a sociedade vive se queixando e sempre temos problemas das mais diversas ordens. Em São Paulo, além de um ótimo serviço nos trens, o metro é uma referência de operação no mundo inteiro. Temos que considerar que o metrô em São Paulo transporta perto de 4 milhões de passageiros por mês. Temos que acabar com esse delírio de que a privatização é a melhor solução, que resolve todos os problemas. O privado não é melhor que o público. O que o Estado precisa é criar mecanismos para que uma empresa de sua propriedade tenha condições e possibilite condições para que seja realizado um bom trabalho. Esta é a questão. A privatização não soluciona nada. O governador tem que assumir a responsabilidade pelo bonde. E a Prefeitura deveria ter um maior controle sobre os ônibus.

Capital Cultural – A privatização dos transportes e outros serviços no Rio de Janeiro é meio perversa, pois as empresas que conseguiram estas concessões exploram o serviço, mas o povo continua pagando a conta.
Cosenza – É uma verdade. Você privatizou o sistema de trens do Rio de Janeiro, mas os investimentos continuam sendo realizados pelo Estado. A compra de trens quem paga é o Estado. Se você privatiza você entende que a responsabilidade pela administração e pelos custos é da empresa que ganhou a concessão e assumiu o serviço, mas não é assim que funciona. O estado continua pagando com dinheiro público os investimentos das empresas privadas. O povo acaba sendo o grande beneficiado com esse serviço, mas é ele quem esta pagando. Não critico a compra dos trens. Questiono o fato de o estado usar o dinheiro público para atender o interesse de empresas privadas. O serviço é público, mas a empresa é privada. Se você privatizar o bonde, ou o Estado vai subsidiar a passagem ou o povo não terá condições de pagar o preço desta passagem. Será que este bonde será só para turista.

Capital Cultural – O bonde tem uma característica curiosa, pois embora nossas autoridades partam do principio que o bonde é uma atração turística e para turistas, sua finalidade principal é atender os moradores.
Cosenza - Nunca podemos perder de vista que os bondinhos se transformaram em um dos principais símbolos da cidade e do país. O curioso é que, ao que parece muitas pessoas não sabem, que o bondinho de Santa Teresa é o único transporte de passageiro no Brasil com essa característica. Não existe outro, é único. Todos os outros são turísticos. O que a sociedade quer é um bonde que atenda a população. Percebo um grande equívoco quando se fala do bondinho de Santa Teresa, pois parece que atende somente aos turistas e à classe média do bairro. Isso não corresponde à verdade, pois nestes dias que o bonde esta parado, observei, muitas pessoas andando a pé, descendo as ladeiras para o trabalho a pé. Santa Teresa é um bairro de classe média, mas é composto também por muita gente pobre, por muitas comunidades, por pessoas que não podem pagar o preço da passagem do ônibus. Enquanto os bondes não estiverem circulando, o Governador do Estado deveria colocar o preço do ônibus pelo mesmo preço do bonde.

Qual sua opinião sobre a Municipalização?
Cosenza – Se a Municipalização acontecer para resolver os problemas com investimentos, uma melhora na estrutura e o povo puder continuar andando nos bondes, pode ser uma solução interessante. Não adianta o Município apenas assumir o bonde. Antes de assumir, tem que dizer o que vai fazer, como vai fazer e em que período de tempo vai fazer, qual será a tarifa cobrada. É preciso, por exemplo, olhar com carinho para os funcionários que dedicaram toda uma vida aos bondes. Esses funcionários sim, eles sabem cuidar dos bondes. Penso que a discussão se o bonde será ou não municipalizado é secundária. A questão é saber se as pessoas poderão voltar a andar nos bondes de forma segura sem medo. Se a Prefeitura vier para resolver, que venha. Acredito, entretanto que a pior solução é a privatização.

Capital Cultural – A recuperação dos bondes, que as autoridades chamam de VLT – Veículos Leves Sobre Trilhos – e a comunidade os denominou de Bonde Frankenstein, foi e continua sendo outro motivo de muita polêmica. A adaptação dos bondes é um problema ou uma solução?
Cozensa – Não sou contra a modernização desde que se mantenham as características dos bondes. Antes de disponibilizar, de colocar em circulação, é preciso que todos os testes sejam realizados e caso sejam detectados problemas é preciso que sejam consertados. O que tenho visto na imprensa, e essa é também uma critica recorrente dos moradores é que os bondes adaptados desde que foram colocados em circulação apresentam problemas, oferecem insegurança e medo. Deveríamos manter uma quantidade de bondes antigos que sempre operaram no bairro e gradativamente fazendo teste nos bondes adaptados antes de colocá-los em circulação. Observo, por exemplo, e não se leva muito isso em consideração, o fato de que a população de Santa Teresa cresceu muito e os bondes já não atendem essa demanda. Talvez por isso tenhamos superlotação. Vamos modernizar, mas colocar em operação só depois que for testada a eficiência e a certeza de que é um bonde extremamente seguro. Os funcionários reclamam, mas demonstram certo receio e muitos preferem se calar, mas segundo eles, estes bondes precisam ser testados dentro da realidade do bairro. Realizar testes em linha reta não resolve muita coisa e nem garante nada. É preciso se testar esses novos bondes nas ladeiras e nas condições adversas de Santa Teresa.

Capital Cultural – A cidade, o país e, principalmente nossos políticos começam a pensar e a respirar a Copa do Mundo e as Olimpíadas. Não causa certo temor ver uma das principais atrações turísticas da cidade nas condições que se encontram.
Cosenza – Se os bondinhos são tão necessários, se representam uma atração turística e um transporte para passageiros do bairro, temos que pensar esta questão de forma séria e buscarmos alternativas para o serviço. Se não temos mais bondes antigos, vamos fabricar novos bondes com as características dos bondes antigos. Isso é viável e possível. Nem sempre a modernidade é sinônimo de progresso. Estamos trabalhando contra o tempo, precisamos disso para ontem. Precisamos testar estes bondes, proporcionar segurança para os moradores e para os turistas.

Capital Cultural – Na condição de cidadão carioca, de uma pessoa que se preocupa com a cidade, quando você olha para a situação dos bondes, qual sua sensação?
Cosenza – No mais íntimo de mim sou tomado por um sentimento de tristeza e decepção.
O bonde é um símbolo cultural da cidade. Faz parte da história de nossa cidade. Com todo respeito que tenho pelo bonde do corcovado, mas não existe nada como o Bondinho de Santa Teresa. Quando você liga a televisão, todos os jornais têm como fundo uma imagem do bondinho. É um símbolo da cidade. A imprensa começa a divulgar a licitação para uma compra imensa de trens para a Super Via. Acho correto que se melhore o transporte sobre trilho no Rio de Janeiro, mas se você pega a metade do valor de apenas um trem, você recupera todo sistema de bondes. Lamento profundamente esta situação, pois a recuperação de todo sistema de bondes e, inclusive, o aumento do número de bondes, representa um montante muito pequeno para o Estado. Destruir o bonde é destruir parte da história do Rio de Janeiro. Não podemos ter uma tragédia com vítimas para então pensarmos em fazermos melhorias nos bondes e pensarmos em soluções para os bondes mesmo porque esta solução pode não ser a melhor.

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sábado, 14 de maio de 2011

XI Aniversário do Jornal Capital Cultural

Jornal Capital Cultural
festeja seu 11º aniversário e
prem
ia os melhores shows de 2010.


Numa noite tipicamente lapiana, o jornal Capital Cultural comemorou o seu 11º aniversário no último dia 26 de abril e, na ocasião, promoveu a entrega dos prêmios dos melhores shows realizados nas principais casas noturnas do Centro do Rio Antigo em 2010.


A festa aconteceu no Carioca da Gema, uma das mais importantes da Lapa, que, curiosamente, também chegará ao seu décimo primeiro aniversário em julho, tendo colaborado decisivamente neste período para a revitalização do denominado Novo Rio Antigo.


A escolha dos melhores shows do Centro da cidade é realizada pelo jornal Capital Cultural há oito anos, e o corpo de jurados é formado por funcionários de cada uma das casas. Participaram da escolha proprietários, produtores musicais, produtores culturais, garçons, iluminadorese todas as pessoas que direta ou indiretamente têm a possibilidade de acompanhar quase que em sua totalidade os shows.


Aos mestres com carinho

Paulão 7 Cordas e Zé da Velha

recebem Troféu Excelência Musical


O prêmio excelência musical foi concedido a dois dos mais conceituados músicos do cenário lapiano, carioca e brasileiro: Paulão 7 Cordas, que, além de excelente violonista – para muitos o melhor da cidade –, é um dos produtores mais importantes nos últimos anos.

É dele, por exemplo, o trabalho pioneiro de registrar o repertório das velhas guardas, como Mangueira, Portela e Império Serrano. Além disso, participou da orientação musical de trabalhos de grandes sucessos, dentre eles, os discos “Samba de Fé” (Dorina), “Batucando” (Moacyr Luz), “Versátil”, (Nelson Sargento) e Uma Prova de Amor (Zeca Pagodinho).


O segundo prêmio Excelência musical foi concedido a Zé da Velha, que completa este ano 50 anos de carreira. O apelido de Zé da Velha surgiu porque, mesmo com apenas 17 anos, ele já tocava ao lado de figuras como Pixinguinha, Donga e João da Baiana no conjunto Velha Guarda, que existiu até 1958. De Zé da Velha Guarda para Zé da Velha foi um pulo.


Durante a carreira, tocou ao lado de quase todos os grandes mestres da MPB, dentre eles, Jacob do Bandolim, Joel Nascimento, Abel Ferreira, Waldir Azevedo, Copinha e Paulo Moura. Desde o ressurgimento daLapa, já tocou em praticamente em todas as casas, sempre ao lado do fiel amigo e companheiro Silvério Pontes, parceiro há 25 anos, garantia degrandes shows e de excelente qualidade musical.



Troféu “Orgulho Contemporâneo”

empolga e causa emoção


Este ano, o jornal Capital Cultural decidiu criar o prêmio “Orgulho Contemporâneo”, concedido a o cantor e compositor Jards Macalé e ao psiquiatra Paulo Amarante. A partir do próximo ano, os ganhadores deste prêmio serão escolhidos através de votação, sendo concedido às pessoas de destaque na sociedade, como os dois personagens agraciados.

A trajetória profissional de Jards Macalé é admirável por sua obra musical e por sua postura política, já que sempre questionouo autoritarismo e lutou para que tivéssemosum país mais democrático. No período da ditadura militar,por exemplo, era comum agentes da inteligência da polícia baterem na porta dacasa de Macalé e dizer que ele estava muito “assanhadinho” e que seria levado para tomar um banho na Baía da Guanabara.


Conta a lenda que o deputadoRubens Paiva, opositor aos militares e que desapareceu misteriosamente, teria sido jogado de um helicóptero na Baía da Guanabara. Neste período, onde a repressão era um fato comum, pessoas eram tiradas de suas casas e desapareciam. A expressão “dar um passeio na Baía da Guanabara” era motivo de medo e grande temor.


Indignado com as constantes visitas do militares, alugou uma barca que faz a travessia Rio-Niterói, convidou a impresa, muitos amigos, músicos, artistas, intelectuais e os próprios agentes da policia e fez um show de madrugada na Baía da Guanabara. Terminado o show, contou das ameaças que sofria e avisou: “Não precisam me jogar na Baía da Guanabara, eu mesmo pulo” – e se atirou na água gelada.


Outro momento especial na vida do cantor, e importante para a redemocratização, foi quando Jards Macalé organizou e dirigiu o show “O Banquete dos Mendigos”, gravado ao vivo no dia 10 de dezembro de 1973 no Museu de Arte Moderna do Rio Janeiro em comemoração aos 25 anos da Declaração Universal dos Direitos Humanos. Antes de cada música, era lido um dos artigos dos direitos humanos criado pela ONU. Deste show participaram grandes nomes da música brasileira, como Paulinho da Viola, Jorge dos Santos, Edu Lobo, Chico Buarque, Raul Seixas, MPB 4, Luis Melodia, Milton Nascimento,Dominginhos, Gal Costa,Gonzaguinha, Johnny Alf e outros.

Por sua audácia, coragem e criatividade, Jards Macalé, muito justamente, mereceu o troféu “Orgulho Contemporâneo”.


Outro contemplado com o troféu foi o psiquiatra Paulo Amarante , que da década de 1980 iniciou, juntamente com outros profissionais da área, o “Movimento Antimanicomial no Brasil”. Ao propor mudanças num a estrutura tão fechada, quase intocável, e onde muitos se beneficiavam, Amarante chegou a ser ameaçado e duramente criticado.


Apesar de todas as adversidades, não cedeu, e continuou a sua luta, cuja proposta era acabar com os hospícios, considerados “verdadeiras casas de loucuras etorturas”, com choque elétrico , remédios excessivos e falta de nexo. Isto sem contar a permanente solidão nosquartos e corredores dos hospícios.


Amarante colaborou decisivamente para ruptura doque antes existia, e hoje o Brasil é considerado um dos países mais avançados no que se refere ao tratamento psiquiátrico. A iniciativa deste grupo do qual Amarante fez parte possibilitou o surgimento da inserção de pessoas consideradas portadoras de deficiência mental na sociedade.

Paulo Amarante continua sendo um incentivador da integração dos portadores de qualquer distúrbio mental na sociedade e se transformou numa das maiores autoridades do assunto. Os livros que lançou estão esgotados.



Perfeito Fortuna recebe o

Prêmio “Destaque Cultural”

Joaquim “Gente Boa”

o de “Amigo do Rio Antigo”


O produtor Cultural e presidente da Fundição Progresso Perfeito Fortuna, pelo conjunto da obrae pela obra em seu conjunto recebeu o prêmio “Destaque Cultural do Rio Antigo”.


A Fundição Progresso, administrada por Perfeito, é hoje um dos principais espaços culturais da cidade e muito mais que uma casa de show ali são realizados diversos cursos e possibilidades profissionais para estudantes da rede pública nas mais diversas áreas.


Além disso, Perfeito se preocupa com a preservação da memória de nossa cultura. No período de carnaval, por exemplo, na Fundição, se realizam cursos de fantasias e adereços. No período de festas juninas, são realizados cursos de gastronomia que ensina aos interessados a prepararem comidas típicas,como arroz doce, quentão, bolo, paçoca.


Joaquim Ferreira dos Santos, que escreve diariamente a coluna “Gente Boa”, no Jornal O Globo é uma unanimidade entre comerciantes, empresário e moradores do Centro. Por sempre colaborar com o bairro recebeu o troféu “Amigo do Centro”.



Um brinde ao

Capital Cultural


Elói Ferreira

*Presidente da Fundação Palmares e

Ex-Ministro das Relações Raciais



“Quero brindar de forma muitacarinhosa ao Jornal Capital Cultural. Lembro muito bem do início do Jornal e fico muito honrado em saber que ele existe econtinua circulando. Quantos conseguiram se manter em pé? Era um jornal pequenininho, com poucas páginas e hoje vejoeste jornal como exemplo de vitória.


O Capital Cultural se tornou umveículo necessário para o Centro da cidade e consequentemente para a população carioca.E digo mais: ao longo destes anosli diversas entrevistas, matérias e reflexões com pessoas que atuam em prol das questões relacionadas à cultura, à política, àcidadania e à igualdade racial, e não tenho dúvidas, que isso colaborou para termos um país com mais igualdade e menos preconceituoso.


O jornal sempre procurou trazer informações sem sectarismo, sempre procurou elogiar e criticar a administração municipal e os diversos cenários da sociedade carioca de forma muito isenta e isso merece reconhecimento, respeito e elogios. Acompanhei de perto o processo de construção e do êxito deste jornal e percebo que a sua trajetória é semelhante à da população negra na sociedade brasileira. É sempre muito difícil. O jornal e você, Virgílio, muito particularmente, representam este sonho de deixar a senzala e ingressar na casa grande”.



Depoimentos


Thiago Alvin

Proprietário do Carioca da Gema


“Tenho muito orgulho que esse prêmio seja realizadoaqui no Carioca da Gema. O Jornal CapitalCultural sempre foi umparceiro de todas as casas do Centro epor sua credibilidade se transformou no órgão que representa nossa voz e nossos anseios. É um veículo que se tornou indispensável e de suma importância para o Centro da cidade. Como dizemos muito carinhosamente: é o nosso jornal”.



Deborah Cheyne

Presidente do Sindicato dos Músicos.


“Temos muito orgulho de sermos parceiros do Jornal Capital Cultural. É um jornal feito com seriedade, que atende aos anseios dos músicos, que nos deixa muito bem informados sobre a produção cultural e os problemas do Centro da cidade. Todos do Jornal, muito especialmente o Virgílio, estão de parabéns. Vida longa ao Capital Cultural”



Áurea Martins

Cantora


“Não há o que falar. Apenas agradecer ao Virgílio não só pelo troféu, mas principalmente pelo carinho, pela atenção a nós que trabalhamos com a música e, principalmente, parabenizá-lo pelo trabalho que realiza. É uma pessoa muito querida, e tenho orgulho em ser sua amiga”.






Moyséis Marques


Cantor e compositor.


“Desde o início de minha carreira sempre tive no Jornal Capital Cultural um veículo que me apoiou e divulgou meu trabalho. É bom vivermos numa área culturalmente tão intensa, com muitas possibilidades e, termos músicos, casas, empresários e um jornal que divulga nosso trabalho. Sou grato pelo espaço que sempre me deram e do fundo de meu coração, torço para que o Jornal obtenha cada vez mais sucesso e me coloco à disposição do jornal para o que precisarem”.



Jards Macalé

Cantor e compositor


“Se num passado recente enfrentamos um tempo pesado e sombrio, com os militares, te mos que ficar atentos, pois agora vivemos um tempo muito esquisito, onde não entendemos direito o que esta acontecendo. Mas estou feliz com esse prêmio. Achei a idéia genial que, poderia até se transformar numa grife chamada“Orgulho Carioca”, pois na medida em que envelheço descubro cada vez mais que meu negócio é mesmo o Rio de Janeiro. Estou cada vez mais apaixonado por essa cidade e fico contente que tenhamos um jornal que fala de nossa cidade de forma tão carinhosa”.



Noca da Portela


Cantor e compositor


“Gosto muito deste jornal. O Virgilio, muito especialmente, é uma pessoa atenciosa, simples e que nos atende com muito carinho. Desejo a ele e a todos do jornal toda felicidade do mundo. É um jornal que fala sério e não fica brincando com a notícia e nem puxando saco de ninguém. Tomara que cresça e prospere cada vez mais, pois precisamosde veículos assim”.



Paulão 7 Cordas

Violonista e Produtor Musical


“Fico muito feliz por este prêmio e ainda mais feliz por recebê-lo das mão do Virgílio que é uma pessoa da qual eu tenho prazerde ser amigo. Vejo sua luta e admiro seu trabalho.Gosto do Jornal, acho um importante veículo de comunicação para a cidade e muito especialmente para o Centro e Santa Teresa e, me colocoà disposição para o que precisarem. É muito bom ver pessoas que realizam trabalhos com coragem, dignidade e seriedade”.



Leo Feijó

Grupo Matriz

“É bom termos um jornal que nos divulga, que fala de nossas casas e que sempre nos coloca informado sobre as coisas que acontecem no Centro. Isso tudo é muito bom,mas melhor que tudo isso, é podermos acreditar em um jornal por acreditamos na pessoa que faz este jornal e pela qual temos grande admiração. Parabenizo ao Virgílio por este belo trabalho que realiza” .



Plínio Fróes

Rio Scenarium


“É uma alegria muito grande participar desta festa, pois essa é a festa de uma pessoa dedicada, corajosa e vencedora. O Jornal Capital Cultural não é mais uma promessa, é uma realidade que há 11 anos circula e nos informa sobre as coisas que acontecem neste território tão particular e tão nosso, que é o Centro da cidade. Fico feliz por termos esse veículo, na verdade um pouco da extensão de cada um de nós.

Prosperidade ao Capital Cultural”.



A “Nova Lapa” cultua

seus heróis, artistas e cabeças


Por Luis Turiba

Jornalista



O bairro boêmio da Lapa deu uma paradinha no início da noite da última terça-feira, dia 26, para refletir sobre seus feitos efeitos e agitos e, também – afinal, ninguém é de ferro - para fazer um cafuné na própria cabeça e dourar o próprio ego, pois se ninguém faz nos fazemos por nós.


A festa foi no Carioca da Gema, tradicional casa de show da Rua Mem de Sá, onde o jornalista Virgílio de Souza, editor do Jornal Capital Cultural, entregou um singelo e significativo troféu – um bondinho passando por cima dos Arcos - para um monte de gente importante no pulsar cultural da Lapa.


Estive lá a convite do cantorMakley Mattos, uma das atuaisvozes do histórico bairro, e curti muito a celebração. Ali, naquele mesmo ambiente comandado por Thiago,a gente se esbarra e encontrava com Noca da Portela, Dorina,Perfeito Fortuna,Paulão Sete Cordas,Áurea Martins, Pedro Ernesto do Bola Preta e Macalé que levou o troféu “Orgulho Contemporâneo”, um dos mais elevados da noite .

No seu “pronunciamento”, Macal foi logo avisando: “o Brasil está esquisito pra caralho, mas vamos continuar construindo uma nação”. Outro que fez “pronunciamento ” avançado foi Perfeito Fortuna, responsável pela instalação do Circo Voador na Lapa e depois pela Fundição Progresso. Ele é o tal tem nome e sobrenome de alto astral e faz justo a marca que lhe deu vida.“É isso! Quero que todo mundo se dê bem mesmo. As pessoas vieram ao mundo para se dar bem e que sejam felizes. Comigo não tem esse negócio de puxar pra baixo não”.

Foi aplaudido depé e no final ainda ganhou de Virgílio um arranjo de plantas com sete ervas protetoras. Salve Virgílio, que você continue em vigília pela sonora e dançante Lapa.


Melhores Shows de 2010


Pelo oitavo ano consecutivo o Jornal Capital Cultural elege os melhores shows realizados nas principais casas do Centro Histórico do Rio de Janeiro. Ao contrário da escolha dos melhores espetáculos do a no que acontecem em alguns veículos de comunicação, o Corpo de Jurados convidado pelo Capital Cultural em cada uma das casas, é composto por pessoas diretamente ligadas a essas casas. Nosso júri é formado por proprietários e funcionários de cada uma desses espaços, num universo que compreende produtores culturais, iluminadores, garçons, músicos e demais pessoas ligadas diretamente a cada uma das casas.


Face a pluralidade e a qualidade musical encontrada no Centro da cidade, em momento algum pensamos em eleger o melhor show dentre todas as casas. Estamos convencidos de que pelo número de shows que cada uma dessas casas apresenta anualmente, ser escolhido o melhor, já se constitui numa grande vitória.


Este ano, se somadas todas as casas, computamos um núm ero de 265 votantes. Um número expressivo e altamente relevante. Quer emos parabenizar aos vencedores, desejar sorte em suas respectivas carreiras e aguardar o próximo ano, quando esse júri muito especial, mais uma vez estará elegendo os melhores de 2011.


Prêmiação Especial

Troféu Orgulho Contemporâneo
Jards Macalé e Paulo Amarante

Moacyr Luz recebeu com um ano de atrado seu troféu, uma vez que apontado como o melhor show realizado na Gafiera Estudantina em 2009

Excelência Musical

Paulão 7 Cordas e Zé da Velha

Destaque Cultural
Perfeito Fortuna


Amigo do Rio Antigo
Joaquim Ferreira dos Santos

Premiação Especial
Troféu concedido pelo Sindicato dos Múisicos
Grupo Semente por ter sido um dos pioneiros na renovação musical no Centro do Rio Antigo (Na foto, Deborah Chaenne do Sindicato dos Músicos e Thiago do Grupo semente)


Melhores Shows de 2010


Café Cultural Sacrilégio


Formado em 1996, o Grupo Roda de Bamba vem se firmando nas muitas casas que se apresenta e já começa a ser apontado como uma das principais atrações e uma das maiores revelações do samba carioca. No Sacrilégio, foi apontado como o melhor show realizado em 2010.


Sempre com um repertório variado e em sintonia com o público , o Roda de Bamba, além de composições próprias, canta sucessos de Zeca Pagodinho, Fundo de Quintal , Beth Carvalho, Martinho da Vila, Arlindo Cruz e Paulinho daViola, e realiza ainda, releituras para sucessos de Marcelo D2, Seu Jorge e João Bosco dentre outros. Na segunda colocação ficou o Grupo Bohemia Carioca. Na foto, Lucas proprietário do Sacrilégio, entrega foto ao representante do Roda de Bamba.


Carioca da Gema


Apontado como uma das grandes revelações do samba carioca Moyséis Marques foi indicado como melhor show realizado no concorrido palco do Carioca da Gema. O cantor e compositor já gravou dois CDs , o primeiro, o álbum homônimo “Moyseis Marques” em 2007 pela Deckdisc, eo segundo, “Fases do Coração”, em maio de2009. Do segundo disco, viu explodir nas paradas a música “Pretinha Jóia Rara”, de sua autoria e que fazia parte da trilha sonora da novela “Caminho das Índias”, da Rede Globo.


Apesar de ainda jovem Moyseis já fez história no universo musical carioca. Foi fundador das bandas “Forró na Contramão” e do Grupo Casuarina. Participou ainda, das bandas “Casa Quatro”, “Rio Maracatu”e “ Tempero Carioca”. O projeto de sua autoria, denominado “Moyseis Marques e a família” revelou as cantoras Patrícia Oliveira e Elisa Addor. Na segunda colocação com o mesmo número de votosterminaram empatados Richars e Ana Costa e Luiza Dionísio

Centro Cultural Carioca
No Centro Cultural Carioca o grupo apontado como aquele que realizou o melhor show de 2010 foi o Sururu na Roda. O grupo que surgiu em 2000 em encontros nos jardins da UNIRIO, ganhou experiência, qualidade musical e, dez anos depois, se firmou como um dos principais destaques no universo do samba no Rio de Janeiro.


Uma das grandes marcas do grupo é sua sonoridade que expressa diferente nuance de timbres. Isso ocorre com muita naturalidade pelo fato de seus integrantes serem cantores e instrumentistas, cada um proveniente de um contexto musical diferente, trazendo para o grupo sua bagagem e suas influências. O resultado é uma grande mistura dos gêneros da música brasileira e uma verdadeira miscigenação musical. Na foto, Isnard Manso, um dos sócios do Centro Cultural carioca entrega o troféu a Nize Carvalho, do Sururu na Roda.

Circo Voador




O cantor e compositor Marcelo D2, que decidiu fazer uma homenagem ao inesquecível e saudoso Bezerra da Silva, foi apontado como o melhor show realizado no Circo. Irreverente e autor de músicas polêmicas que sempre retratam questões sociais, Marcelo D2, cria da Lapa, como ele mesmo coostuma dizer, se tornou um dos principais no mes da música brasileira.

Vencer no Circo Voador é sempre uma façanha especial em razão da variedade e da qualidade musical dos grupos que ali se apresentam.

Cordão da Bola Preta

A cantora Áurea Martins é um desses nomes que em se tratando de qualidade musical dispensa comentários. É reconhecida e apontada por figuras consagradas e estudiosos da MPB, dentre eles, Hermínio Belo de Carvalho e também por praticamente todos os jovens valores do samba da cidade como uma de nossas principais cantoras e uma das vozes mais belas no cenário da música nacional.


O Show que realizou no Cordão da Bola Preta em homenagem a Elizeth Cardoso, foi apontado quase que por unanimidade como o melhor realizado naquela casa em 2010. Com dois discos gravados e hoje se apresentando ao lado da Orquestra Lunar, Áurea Martins, com seus 68 anos, continua sendo umas das musas de nossa música e sempre realizando apresentações memoráveis.

Estudantina Musical

Cantora reconhecida e de grande

prestígio Dorina foi apontada como o melhor show realizado em 2010 na Gafieira Estudantina Musical. Cantora conceituada e com um aprendizado que se iniciou nos blocos carnavalescos do subúrbio, lançou em 1996 seu primeiro disco, “Eu Canto Samba”, que recebeu o prêmio Sharp daquele ano na categoria Revelação Samba.


O segundo CD, “Samba.com”, saiu em 2000, desta vez com direção musical de Paulão 7 Cordas. No momento Dorina trabalha o lançamento de seu mais novo trabalho, o Cd “Brasilieirice" que vem sendo muito elogiado pela critica e pelo público.


Outros momentos marcantes na carreira foi a participação no “Coisas Nossas” (tributo a Noel Rosa) e, posteriormente, o show “De Paulo a Paulinho”, contando através de sambas a história da Portela, de Paulo da Portela e Paulinho da Viola. Além disso, foi uma das criadoras do Bloco Suburbanistas, onde se apresentava ao lado de Mauro Diniz e o memorável Luis Carlos da Vila.

Fundição Progresso


Num ano em que passaram grandes atrações nacionais e internacionais pela Fundição Progresso, Lenine que realizou uma apresentação esplendorosa e marcante, foi apontado como o melhor show do ano, na casa.


Considerado um dos maiores valores da música brasileira o cantor dispensa comentários em razão de sua trajetória profissional e de sua qualidade musical, demonstrou no show que vem se renovando a cada trabalho e mantendo o prestígio junto a seus muitos fãs.


Mangue Seco

Preservar as raízes culturais do mais verdadeiro e genuíno samba. Esse o objetivo principal da Turma do Estácio, escolhida como melhor grupo do ano na Cachaçaria Mangue Seco. O grupo que se apresenta em diversas casas da cidade vem obtendo grande sucesso. Formado no Estácio, um dos principais berços do samba carioca trazem no variado repertório nomes que fizeram e fazem parte da história de nossa música, como Candeia, Cartola, Paulinho da Viola, Martinho da Vila, Nelson do Cavaquinho dentre muitos mestres.


O primeiro Cd lançado pela Turma do Estácio e intitulado “Turma do Estácio canta a Essência do samba” obteve grande sucesso e tem sido responsável pelo sucesso que o grupo vem obtendo. A Turma do Estácio é também responsável pela parte musical das festividades da G.R.E.S. Estácio de Sá.


Mistura Carioca

O cantor e compositor Noca da Portela foi apontado como o melhor show realizado no Mistura Carioca. Um dos nomes mais conceituados do samba brasileiro Noca sempre encanta em suas apresentações. Pertencente a ala de compositores e um dos principais nomes da Azul e Branco de Madureita e um compositor festejado também blocos da cidade – já ganhou samba em praticamente todos eles. Com vários discos gravados Noca vive viajando e se apresentando em diversas cidades do país onde sempre ontem muito sucesso.
Na segunda colocação ficou Aninha Portal


Parada da Lapa

Reinaldo “O Príncipe do Pagode”, que já havia vencido como melhor show da casa em 2009, pelo segundo ano consecutivo é apontado como o melhor show realizado na Parada da Lapa. O casamento entre a casa e o cantor acabou sendo perfeito. Ele sempre se renova em suas apresentações, conseguindo, com isso, além de manter um público fiél ver seus fãs e admiradores se renovarem permanetemente.

Rio Scenarium


Considerado o melhor e mais popular grupo de Brasília o Grupo Samba Choro já tinha dados prova de sua excelência musical quando obteve a segunda colocação na eleição realizada em relação aos melhores shows de 2009, realizada no Rio Scenarium, uma das casas de maior prestígio do Rio de Janeiro. A competência musical do Grupo pode ser comprovado na eleição das melhores apresentações de 2010, quando o Grupo saiu como vencedor.


Uma coisa é certa: musicalidade é que o não falta ao grupo que apresenta sempre um repertório de altíssima qualidade recheado de sambas e choros marcantes em nossa música. Na foto, Marcus, representante do Samba Choro, com troféu na mão e Thiago do Carioca da Gema

Teatro Rival

A alegria, o carisma e energia de Mart’nália encanta por onde quer que ela passe. Seus shows sempre animados e com um repertório de primeira qualidade garantem excelentes apresentações. Exatamente por sua presença de palco e sua qualidade musical a cantora foi a escolhida como o melhor show no Teatro Rival. Uma vitória significativa e expressiva em razão da excelente programação da casa que, apresentou alguns dos principais nomes de nossa música, dente eles, João Bosco, Elza Soares, Beto Guedes, Arlindo Cruz e Geraldo Azevedo, dentre muitos outros.


A trajetória da cantora vem num crescente a cada trabalho que realiza. No momento acabou de gravar o CD ( Mart’nlia em Africa ) que vem obtendo grande sucesso. Antes disso, gravou: Mart’nália (1987); Minha Cara (1997); Pelo Meu Samba(2002); Mart’nália ao Vivo ( Cd 2004) e (DVD 2005); Menino do Rio (2005); Mart’nalia ao Vivo em Berlim CD/DVD (2006; Madrugada (2008).

Teatro Odisséia

Em 2006, um grupo de batuqueiras, a maioria vinda de blocos carnavalescos e oficinas de percussão como o Monobloco, se uniu para fazer uma releitura original do universo musical criado por Chico Buarque. Decidiram interpretar suas canções dentro de uma estética inusitada, com destaque para a formação instrumental tradicional das Escolas de Samba. Surgia, desta forma, o grupo Mulheres de Chico, que passou a fazer grande sucesso na cidade e este ano foi apontado como melhor show realizado em 2010, no Teatro Odisséia.


O grupo se firmou como um bloco no carnaval de 2007, quando aquele grupo de mulhres batuqueirasieiras pegou a contramão da hegemonia masculina no mundo do samba, e decidiu participar do carnaval. Naquele ano, o Mulheres de Chico despetou a atenção dos foliões que assistiram e participaram do primeiro desfile, que aconteceu no estilo concentra-mas não-sai. Desde então, o grupo feminino vem recriando a obra de Chico, e, conseguindo ganhar, com isso, grande visibilidade. Nas apresentações do grupo, é explorado fundamentalmente ritmos nacionais como o samba, o ijexá, o côco, o jongo, a marchinha e até mesmo o funk carioca.

Trapiche Gamboa

O Grupo Galocantô, um dos que mais se firmou na cidade nesta renovação do samba carioca foi apontado como vencedor no Trapiche Gamboa.
O passaporte para o sucesso do Grupo veio em 2006, com o lançamento do primeiro CD, intitulado “Fina Batucada”. A qualidade musical era de tal grandeza, que o Galocantô, foi indicado ao Prêmio Tim 2007 na categoria “Melhor Grupo de Samba”. Avalizado com participações de bambas como Beth Carvalho, Arlindo Cruz e Rildo Hora, além da especialíssima Velha Guarda do Império Serrano.


Atualmente o grupo trabalha a divulgação do Cd “Lirismo do Rio”, com canções inéditas, muitas de autoria dos componentes do Galo e outras de nomes consagrados do mundo do samba.

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